São Carlos conta com exame de habilitação para PNEs
Desde novembro São Carlos possui a estrutura necessária para que portadores de necessidades especiais (PNEs) tenham aulas e passem por testes para adquirir ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). E essa estrutura exige, dentre outras coisas, a existência de uma Banca Examinadora Especial, e de autoescolas com automóveis adaptados.
Oswaldo de Oliveira Gonçalves, proprietário da autoescola Popular, uma das preparadas para prestarem esse serviço, explica que demanda tem sido grande: “Não apenas de São Carlos, como também de outras cidades, como Ribeirão Bonito. Atualmente temos 17 alunos”. Gonçalves diz também que estão capacitados para trabalhar com pessoas que sofrem de nanismo, deficiência auditiva e cadeirantes.
Ele explica que tentava implantar o serviço na cidade há cerca de 5 anos. Questionado sobre o que o motivou a se empenhar nesse esforço, ele diz que teve uma irmã que ficou 30 anos em uma cadeira de rodas, e que acompanhou as dificuldades e desafios das pessoas com necessidades especiais.
Com relação à variação de preços, ele explica que o custo varia muito de acordo com o tipo de necessidade: “O deficiente auditivo, por exemplo, precisa de um intérprete, que fica dez dias no cursinho traduzindo. Então procuro montar turmas para que o valor individual diminua”, explica.
O paratleta e advogado Henrique Nasser explica que tirou habilitação entre 1999 e 2000. Diz ter realizado o procedimento em Bauru, pois lá tinha a Banca Especializada, responsável por realizar o exame prático de direção veicular para pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.
Após a avaliação, diz Henrique, são estipuladas as restrições ao condutor, que são descritas na carteira de motorista: “No meu caso, as restrições são câmbio automático e direção hidráulica. São os dois pré-requisitos da minha carteira”.
Explica também que no seu caso o examinador foi o próprio médico: “Então acaba sendo uma prova em que ele analisa muitas possibilidades de adaptação, afinal cada deficiente exige uma adaptação específica, customizada para determinada pessoa”.
O vereador Aparecido Donizetti Penha (PPS) afirma ter ido ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo por duas vezes, além de se reunir com as autoescolas que tinham interesse em adequar os veículos e se cadastrar no Detran para poderem prestar o serviço: “Agora isso já é uma realidade, e hoje atendemos até cidades da região que não têm essa Banca Examinadora. É uma vitória muito importante dos deficientes”, comemora.
