4 de Julho de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > São Carlos participa da primeira campanha nacional em prol do portador de marcapasso

São Carlos participa da primeira campanha nacional em prol do portador de marcapasso

20/09/2014 20h15 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
São Carlos participa da primeira campanha nacional em prol do portador de marcapasso

Há várias questões que assombram o portador do marcapasso, para isso o Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial, DECA, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular está desenvolvendo uma campanha nacional de utilidade pública que terá início no próximo dia 23 de setembro. A data foi escolhida em homenagem ao Dr. Décio Kormann, pioneiro da Estimulação Cardíaca no Brasil. São Carlos está entre as mais de 30 cidades comprometidas em dar suporte a esta iniciativa.

Atualmente no Brasil são mais de 300 mil pessoas que utilizam estes dispositivos, porém as dúvidas são bastante comuns entre os portadores e as pessoas que convivem com eles. Para isso foi criada uma cartilha que explica de maneira clara e objetiva o que pode e o que não pode ser feito a partir do momento que o paciente cardíaco se torna um utilizador de tais dispositivos. Entre as principais dúvidas observadas pelos médicos estão: possíveis interferências de celulares e outros aparelhos eletrônicos, micro-ondas, portas giratórias de bancos, ressonância magnética e se é permitida a prática de atividade física.

Para começar é preciso entender por que é preciso utilizar um marcapasso. O paciente que necessita do dispositivo geralmente tem um coração lento, ou seja, com poucas batidas por minuto, o que prejudica a oxigenação no organismo. Pessoas que apresentam essa condição tendem a sentir os seguintes sintomas, tonturas, vertigens, desmaios, cansaço, falta de ar e inchaço nas pernas. O aparelho tem a função de monitorar e estimular os batimentos cardíacos.

Existem dois tipos de marcapasso, do tipo ressincronizador, que é utilizado para problemas de baixa frequência cardíaca, e o Cardiodesfribilador implantável, conhecido como CDI que é responsável por desacelerar os corações com batimentos mais intensos. Então, em ambos os casos o aparelhos tem a função de analisar e regular a frequências destes pacientes.

Quais são os cuidados que o portador destes dispositivos deve ter? O primeiro e mais importante é estar sempre com a carteirinha de identificação do portador, deverá ser apresentada em várias ocasiões como, por exemplo, se tiver de passar por detectores de metal ou fazer certos exames.

Segundo conselhos do médico cardiologista Otavio da Silva Neto, responsável pela Unidade de Síncope de Arritmia Cardíaca e Marcapasso da Casa de Saúde de São Carlos, “o marcapasso tem a principal função de proporcionar ao paciente uma vida mais próxima da normalidade”. Então não há restrições para a prática de atividades físicas. 

O mito de que telefones celulares interferem no funcionamento do aparelho do portador, é falso, quem tem um marcapasso implantado pode falar a vontade no celular. A mesma coisa para eletrodomésticos: se estiverem em bom estado, não há o que temer, isso inclui o micro-ondas. O grande vilão para os portadores de marcapasso são relacionados ao magnetismo. Então detectores de metais, seja em portas giratória ou os de bastão manual, não podem ter contato com o marcapasso. Os locais que mais utilizam esse recurso são bancos e estádios (seja em dia de jogo ou para shows)

Sobre a ressonância magnética, Neto ressalta que o perigo ocorre devido ao campo magnético criado no aparelho, o que não acontece com a tomografia que utiliza radiação para produzir a imagem. Em conversa com o portador Antonio Jose Rojic, conhecido com Rois, após a implantação do marcapasso sua vida voltou à normalidade, mas a carteirinha sempre está junto com seus documentos. 

Em relação a viagens de avião, Rois conta que é bem simples, basta apresentar o registro de portador que “a companhia aérea encaminha a uma área de embarque especial, sem ter que passar pelo detector de metal”. Com esta condição cardíaca, Antonio conta que uma vez por ano é necessário fazer a calibragem do aparelho no consultório médico, afirma que é uma manutenção simples e rápida, que garante a tranquilidade dele ao longo do ano.

O marcapasso tem vida útil de 8 a 15 anos, porém, depende da doença e como o coração do portador se comporta. Neto conta que há casos em que a pessoa implanta o dispositivo para monitorar e evitar uma nova crise cardíaca. Nesses casos a durabilidade é muito maior.

 

Sobre o DECA

O DECA (Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) é responsável pela área de implante de marca-passos, cardioversores desfibriladores implantáveis e ressincronizadores cardíacos no Brasil. É a referência do Ministério da Saúde para normatização sobre indicações para os dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis. As normas e portarias que tratam sobre o credenciamento de serviços e autorização de profissionais médicos para implante desses tipos de dispositivos ou próteses, seja via SUS ou convênios particulares, também foram criadas e desenvolvidas pelo Departamento.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x