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Saúde em Casa: Santa Casa realiza primeiro atendimento domiciliar

14/02/2014 21h57 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Saúde em Casa: Santa Casa realiza primeiro atendimento domiciliar

A Santa Casa de Misericórdia de São Carlos iniciou nesta sexta-feira, 14, o seu Programa de Atendimento Hospitalar Domiciliar. Trata-se do Projeto Saúde em Casa que permite como grande benefício à humanização do atendimento porque é num ambiente familiar que tudo acontece. Outra grande vantagem do programa é a liberação de leitos, que hoje é considerado uma grande carência dentro do ambiente hospitalar pela demanda existente. Com esse novo serviço pacientes que deveriam permanecer internados por um tempo mais prolongado no hospital apenas para receber algum tipo de medicamento especial podem receber o atendimento direto na sua casa com o apoio de uma equipe multiprofissional com médico e enfermeiros.

 

O projeto Saúde em Casa já estava sendo estudado pela mesa diretora e gerência de enfermagem através do empenho do Chefe de Enfermagem Alexandre Zagato há bastante tempo, mas só se tornou realidade a partir de uma emenda parlamentar do vereador Lucão Fernandes (PMDB), que destinou R$ 28 mil para a aquisição de um veículo Gol zero quilômetro que passa a ser utilizado para o deslocamento da equipe multiprofissional. O veículo já tinha sido apresentado pela Santa Casa quando da visita do Ministro da Saúde Alexandre Padilha no mês passado. 

 

Alegria ao retornar para casa

O primeiro atendimento da equipe aconteceu na casa da adolescente Thaína Lima de Freitas de 14 anos, localizada no bairro Santa Angelina. Ela ficou 13 dias internada após uma fratura grave no tornozelo e recebeu alta para terminar o seu tratamento em casa. Sua mãe Maísa Rodrigues Lima da Silva estava feliz em ter a filha de volta em casa e elogiou a iniciativa já que para ela não estava sendo fácil ter de se deslocar de casa para Santa Casa quando se trabalha fora.

“Quando a minha filha foi internada eu não via a hora dela se recuperar e ter alta logo, mas essa alta não chegava, eles não tinham uma data certa para liberá-la, daí no outro dia quando cheguei no hospital eles falaram que estavam começando um projeto novo e que a Thaína receberia alta, nossa fiquei feliz e hoje estou vendo aqui o atendimento que essa equipe esta dando fora do hospital, é fora de série, estou torcendo para que esse projeto de certo mesmo e que se expanda mesmo”; disse emocionada a mãe de Thaína.   

O chefe da UTI da Santa Casa, Dr. Bonjorno  explicou que o novo serviço trará vantagens tanto para o hospital como para o paciente. “A implantação deste serviço irá favorecer ao hospital um giro maior dos leitos, já que a carência de leitos, tanto do sistema público como do sistema complementar é muito grande, então ao mesmo tempo em que a gente atende melhor o paciente a gente consegue dar uma maior rotatividade aos leitos do hospital. Outra vantagem é que o paciente que consegue terminar o seu tratamento em casa, apresenta uma melhora mais rápida e tem uma condição de saúde melhor”, destacou o médico intensivista. Ele projetou que a capacidade de atendimento neste início do projeto é de 6 a 10 pacientes por dia.

Na opinião do vereador Lucão o início do projeto era um sonho da Santa Casa que hoje se tornou realidade. “Estou muito feliz por estar participando desse projeto que a Santa Casa queria implantar, eu sou um defensor da saúde pública no município e quero andar nesta sintonia junto com a Santa Casa que presta serviços relevantes para a sociedade. Quero destacar ainda que a implantação desse projeto livra o paciente de qualquer tipo de infecção hospitalar ou qualquer outro tipo de prejuízo a mais que ele poderia sofrer se permanecesse internado, estando em casa ele não tem risco nenhum e fica no aconchego da sua família, por isso fico muito feliz de ver esse projeto sendo implantado na cidade de São Carlos.

 

Singularidade de Cada Família

A relação de cuidado entre as partes envolvidas na atenção domiciliar tem se mostrado um importante desafio para os profissionais, por se tratar de um ambiente não legitimado socialmente como campo de práticas da saúde, diferentemente dos hospitais e outras instituições de saúde, onde a equipe técnica se sente familiarizada e protegida pelas normas das instituições.   A produção do cuidado no domicílio exige dos profissionais maior implicação em reconhecer e respeitar a singularidade de cada família e desenvolver estratégias e intervenções terapêuticas diferenciadas, de acordo com a necessidade de cada paciente. A atenção domiciliar incorpora novas práticas adequadas a esse novo ambiente, necessitando das tecnologias duras, sendo as relações desenvolvidas em domicílio um bom exemplo de tecnologia leve, com a produção de vínculo, autonomia e acolhimento. Deve-se destacar a importância da avaliação clínica para os cuidados no domicílio e na elaboração compartilhada do projeto terapêutico singular, considerando o contexto familiar. No domicílio, como em outros espaços de cuidado, o diálogo entre equipe, família, cuidador e paciente, permite interações que desencadeiam transformação nas relações de trabalho, compartilhamento e formação de compromissos para melhoria e integralidade da atenção.

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