Casa Abrigo de São Carlos é desativada pela Prefeitura
De acordo com a secretária municipal de Cidadania e Assistência Social, Wiviane Spaziani Tiberti, a Casa Abrigo está desativada temporariamente desde abril, pois, por motivos de segurança e sigilo, o imóvel que abriga as mulheres vítimas de agressão doméstica deve ser mudado em um período ideal a cada dois anos.
Como o sigilo do endereço do local não é mantido por muito tempo, para a segurança das mulheres atendidas é necessário fazer a mudança de casa para que não haja o risco dos agressores se aproximarem novamente das vítimas.
“Não há nenhum interesse político em fechar a Casa Abrigo, já que este serviço de assistência é importante. Contudo, não há previsão de quando a nova casa será aberta, por motivos burocráticos de contrato, mas trabalha-se para que seja o mais breve possível”, afirma a secretária.
Wiviane afirma que não havia nenhuma mulher em atendimento quando a casa foi fechada, até mesmo por isso a decisão de fechá-la foi tomada.
Desta forma o imóvel que atendia as vítimas foi desativado em 7 abril e entregue à imobiliária para que uma nova residência seja apropriada para o atendimento. Na entrega do imóvel, a imobiliária realizou a vistoria acordada em contrato e apontou algumas reformas necessárias que a prefeitura deve realizar.
Após fazer esses reparos, a secretária fica encarregada de providenciar o mais breve possível um novo imóvel adequado para o atendimento da Casa Abrigo.
Ainda de acordo com a secretária municipal, no dia 22 de maio houve encaminhamento a Convênios e Contratos de Repasse da Administração Pública Federal (Siconv) a proposta de trabalho para equipagem da Casa Abrigo com novos móveis e eletrodomésticos que proporcionem melhores condições para o atendimento. Agora a Secretaria de Cidadania e Assistência Social aguarda o retorno do governo aprovando o investimento.
Coordenadora do Laprev preocupa-se com a falta de acolhimento
A coordenadora do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (Laprev), ligado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, comentou o quadro encontrado durante reunião ocorrida ontem com a prefeitura.
“Esta é a primeira vez desde a sua inauguração que casa é desativada para a mudança de endereço, em outras ocasiões o imóvel só era entregue após o imóvel novo ser alugado”, disse.
Lúcia reuniu-se com a equipe de funcionários do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) para se informar da situação. E disse que voltou preocupada do encontro por acreditar que a casa que está desativada poderia não voltar ao funcionamento.
A Laprev participa da Casa Abrigo através dos alunos do curso de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), presta atendimento psicoterápico gratuito às mulheres e crianças e a Prefeitura Municipal entra com a infraestrutura da casa.
Ela relatou que há dois meses os estagiários da casa que presta serviços informaram que não vinham recebendo mulheres para o atendimento, e que em março chegou a ser notificada sobre a mudança, porém informações do outro imóvel não era passado.
“Percebo que houve um problema de gestão e a falta de preocupação em continuar enfatizando a política da casa. Porém imagino que agora estejam revendo e cheguem à conclusão que a atividade Casa Abrigo é muito importante”, comenta a coordenadora.
Já no período da tarde, Lúcia comentou que recebeu a ligação da secretária municipal Wiviane a tranquilizando de que a desativação da Casa Abrigo é realmente temporária e que em breve tudo estará normalizado.
“Após a ligação da secretária percebi boa vontade e fiquei tranquila com a posição positiva que ela me passou sobre o caso. De manhã estava preocupada e agora estou mais otimista”, afirma Lúcia.
Casa Abrigo: São Carlos é a primeira no interior a ter o modelo de atendimento
A Casa Abrigo presta o atendimento a mulheres vítimas de agressões físicas por companheiros ou ex-companheiros e que possuem potencial risco de vida ao lado dos agressores.
De acordo com a coordenadora do Laprev, a Casa Abrigo de São Carlos foi a primeira a ser criada em uma cidade do interior desde 2001 e passou a ser referência para outros municípios.
As mulheres são mantidas resguardadas na Casa Abrigo até que a Justiça determine medidas adequadas por meio da legislação e afaste o agressor da vítima e garanta sua segurança fora do abrigo.
O atendimento das vítimas de agressão física pode ser feito através de encaminhamento da Delegacia Defesa da Mulher (DDM) ou pelo Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (Creas) que avalia caso a caso e encaminha as vítimas com necessidade de proteção especial.
Segundo secretaria municipal, durante o ano passado, seis mulheres passaram pela Casa Abrigo e até abril deste ano, foram quatro vítimas de agressão, número constatado pelo Laprev que aponta 19 atendimentos em 2012 e um neste ano. Porém muitas mulheres dispensam o atendimento psicológico e não permanecem na casa pelo tempo ideal.
ELA DEVERIA LEVAR TODAS PRA CASA DELA QUE TAL?
Essa é a gestão que mais fecha coisas em todos os tempos! Fecha a cidade logo de uma vez!
Como se fecha uma casa abrigo sem ter outra para abrir imediatamente?? E ainda sem ter prazo algum para abrir? É muita irresponsabilidade por parte da prefeitura!!!
que tristeza! lamento pelas mulheres vítimas de violências e a todas as mulheres de São Carlos eu ouvir uma história desta em 2000. mude o nome da secretaria.
Lamentável!
Depois de fazer maldades com as(os) idosas(os) do Centro Comunitário Vera Lúcia e comprometer as atividades ali existentes, agora é a vez as mulheres vítimas de violência.
A casa abrigo foi desativada no dia 07/04 e até hoje (29/05) não colocaram nada no lugar?
Além da prática sistemática de desmanche das políticas públicas existentes no município, testemunhamos um espetáculo de incompetência desta Administração.
A irresponsabilidade da Secretária (e se neste período alguém precisar do serviço? Como que faz? Vai para casa da Secretária?), demonstra a necessidade de mudança do nome da “Secretaria de Cidadania e Assistência Social” para “Secretaria da Insensibilidade Social”, porque a cidadania já sumiu do município desde início do ano.
A permanência desta Senhora na Secretaria envergonha os munícipes de São Carlos.
Mais uma para ser mandada embora, ou se tiver bom senso pede demissão.
A Casa Abrigo deve ser reaberta imediatamente. É inconcebível isso acontecer. Todos os dias mulheres são vítimas de violência. Acho que o Ministério Público, que interviu no Abrigo do Menor, deve rapidamente também agir nesse caso.