“Sem tetos” pedem moradia à prefeitura
Aproximadamente 12 moradores que invadiram há seis meses um terreno na rua 1 do Antenor Garcia estiveram na tarde desta quarta-feira, 26, no Paço Municipal da Prefeitura de São Carlos para tentarem um acordo sob a possível reintegração de posse da área.
O pequeno grupo acabou sendo atendido pelo Secretário Municipal de Governo, Julio Soldado. Eles pediram que a prefeitura de um prazo definido para essa reintegração de posse e que antes de retirá-los do local eles sejam instalados em algum local seguro.
Segundo uma das moradoras, Priscila Pereira Moreira, a prefeitura ainda não deu nenhum posição para onde eles irão. “Aqui existe mais de 200 famílias, temos muitas crianças, para onde vamos. Até agora a prefeitura não deu um parecer disso”.
Durante a reunião, os moradores denunciaram a compra e o aluguel de casas populares como as do Jardim Zavaglia. “Muita gente rica está comprando e alugando casas por lá, enquanto nós que precisamos estamos em um barraco que pode ser destruído a qualquer momento”, disse Israel Antônio Gabriel.
“Faz três anos que estou cadastrada para tentar garantir uma casa popular, mas quem precisa nunca ganha. Quem é rico já tem umas três casas por lá”, disse Cristiane Lemes.
Em resposta, Julio Soldado afirmou que foi orientado pelo prefeito Paulo Altomani a ter uma postura social com essas famílias. “Amanhã mandaremos uma assistente social da Cohab e da Cidadania para cadastrar esses moradores e fazer um levantamento da real necessidade de cada um”.
Julio ainda relatou que a prefeitura já está em contato com o Governo do Estado para que o município possa desenvolver um projeto social para resolver a situação dessas famílias. “Caso o morador não tenha para onde ir vamos abrir um procedimento para que ele possa ser beneficiado com o aluguel social da prefeitura, mas tudo depois de um levantamento”.
O Procurador Geral do Município Waldomiro Antônio Bueno de Oliveira afirmou que a liminar de reintegração de posse chegou às 18h de terça-feira (25) na prefeitura. A liminar determina a desocupação da área invadida de forma pacifica, porém se houver resistência desses moradores o oficial de justiça pode pedir o apoio e o reforço da Policia Militar.
Waldomiro relatou que não há uma data definida para quando haverá a reintegração de posse, pois essa ação cabe ao oficial de justiça. “Hoje será designado o oficial que vai verificar o que ele precisa para fazer a reintegração. Depois a ação de despejo fica de acordo com a disponibilidade dele”.
Em relação a denuncia de compra e aluguel de casas populares no Jardim Zavaglia, Waldomiro explicou que quando se faz um empreendimento, existe o sorteio de titulares e também de suplentes e isso que deve está a acontecendo no Zavaglia. “Alguns moradores desistiram das casas e ai os suplentes acabaram ficando com a moradia”,
Ao final da reunião os “sem teto” saíram bastante descontentes. “Não resolveu nada, vamos continuar sem um lugar para morar, desse jeito vamos ter que acampar em frente à prefeitura”, disse Priscila Pereira Moreira.