Seque o impasse sobre a desocupação do prédio da Prefeitura da USP
Representantes dos institutos de Física, Química, Matemática, Engenharia e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e estudantes se reuniram na manhã de segunda-feira (28) para uma primeira rodada de negociações para a desocupação da Prefeitura do campus de São Carlos, que dura 12 dias, além do fim da greve dos estudantes.
O encontro durou duas horas e meia e os grupos preferiram não se manifestar sobre as discussões. No entanto, um dos estudantes que participou do encontro informou à reportagem do Primeira Página que uma das propostas era a desocupação do prédio da Prefeitura para a sequência das negociações. Como não houve evolução na conversa, os estudantes e os membros da universidade vão se reunir hoje, às 9h30, na Escola de Engenharia São Carlos (EESC), para tentar um acordo.
Na última sexta-feira (25) a direção do campus da USP divulgou nota informando que vem mantendo diálogo com o Centro Acadêmico Armando Salles Oliveira (Caaso) com o propósito de atender às reivindicações dos estudantes.
“Os dirigentes reafirmam seu compromisso com a abertura para o diálogo e entendem que o debate democrático supõe o respeito a posições divergentes e também o acesso de todos às informações”, esclarece a nota.
O documento ressalta que as obras de reforma do prédio do Caaso estão acontecendo e que o ato de ocupação do prédio da Prefeitura pode prejudicar o processo de licitação que está em andamento.
Outro ponto de reivindicação é a liberação de eventos no campus, que segundo a nota da universidade, ocorrem ajustes, inclusive para o controle de emissão de barulho com o objetivo de liberar o salão de eventos do Caaso e o Palquinho. “Os problemas técnicos dos dois outros ambientes, levantados após denúncia da vizinhança do campus em função do barulho, foram tratados por uma Comissão Técnica constituída pelo Conselho Gestor do Campus, com a participação do Presidente do CAASO. Essa comissão já finalizou o trabalho técnico, incluindo a tipificação de todos os eventos do campus, inclusive os culturais, com o objetivo de eliminar os problemas técnicos que sustentam a liminar, e viabilizar a obtenção dos respectivos alvarás”, sustenta a nota.
A respeito do transporte, a nota afirma que a intenção é integrar os campi da USP com o sistema de transporte público municipal.
“A ampliação do transporte entre as áreas 1 e 2 do campus vem sendo discutida com o objetivo de atender ao número crescente de usuários. O objetivo é melhorar o transporte e incentivar práticas mais sustentáveis de mobilidade permitindo ao aluno que hoje usa carro próprio, a utilização gratuita do sistema de integração inclusive para aqueles que venham somente para a Área 1 do Campus USP-SC. Também já está em curso um projeto para a implantação de uma ciclovia na Área 2, entre outras iniciativas”, afirma.
AS REIVINDICAÇÕES DOS ESTUDANTES
O posicionamento imediato da USP contrário à liminar de proibição de eventos no campus
– Não à terceirização do ônibus área I – área II
– Pela manutenção e melhoria da UBAS (Unidade Básica de Atendimento à Saúde) no campus
– Pela manutenção do EESCobar (lanchonete gerida pelo Caaso) no campus
– Reforma do prédio do Caaso para garantia de segurança do local
– Formação de comissão paritária para projeto de construção do Caaso no campus II
– Reunião paritária entre estudantes e dirigentes para negociação das pautas
– Nenhuma represália ou punição aos estudantes que participarem do movimento
– Nenhuma represália ou punição aos funcionários da prefeitura do campus que estão impossibilitados de trabalhar devido à ocupação.