Tecumseh confirma 200 demissões em São Carlos
Depois de omitir números, empresa fornece ao Sindicato dos Metalúrgicos os dados corretos sobre os cortes em suas duas plantas
Matéria/Marco Rogério
A fabricante de compressores Tecumseh do Brasil Ltda. Confirmou que o número de dispensados na última sexta-feira, 19 de junho, chegou a 200 trabalhadores. A informação foi obtida com total exclusividade na manhã desta quarta-feira, 24 de junho, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Região. O presidente da entidade, Vanderlei Strano disse que a diretoria da companhia confirmou o número de cortes.
Num primeiro momento a empresa simplesmente omitiu o número de dispensas. Não forneceu nem mesmo para o Sindicato, descumprindo uma obrigação legal. A empresa alega problemas com a crise econômica causada pela Covid-19 pela redução do quadro.
A Tecumseh do Brasil, com as dispensas, agora só tem cerca de 1.800 trabalhadores em seus quadros. Mesmo assim é uma das três gigantes do setor metalúrgico de São Carlos, juntamente com a Electrolux e na Volkswagen. Na Electrolux, que fabrica fogões e um modelo de freezer, estão afastados apenas os trabalhadores dos grupos de risco da Covid-19. Na VW existem centenas de trabalhadores em lay off, sistema no qual o trabalhador fica em casa e recebe seus salários com parte sendo paga pela empresa e parte sendo paga pelo Governo Federal.
HISTÓRIA DA TECUMSEH – A Tecumseh do Brasil surgiu em São Carlos na Década de 1970, quando a empresa tinha como principal cliente a montadora de geladeiras Clímax, da Família Pereira Lopes. No final dos anos 1990 a empresa chegou a exportar para mais de 60 países nos cinco continentes e viveu um período de grande crescimento.
Em 2005 a empresa chegou ao seu ápice. No dia 31 de março daquele ano a empresa recebeu o então presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, que vivia o auge de sua popularidade. A Tecumseh, naquele dia, empregava 7.400 trabalhadores e anunciou a geração de mais de 800 empregos com uma nova linha de compressores. A empresa acumulava prêmios, chegando a ser a maior empregadora e maior geradora de impostos da região central.
Porém, o investimento nunca se concretizou. De lá para cá, nestes 15 anos, a empresa demitiu cerca de 5.600 funcionários, um recorde na cidade.