Tradição e fé aumentam venda de pescado em 50%
Comer peixe na Semana Santa faz parte da tradição dos católicos. O costume de comer peixe é ligado a uma forma de praticar o jejum e a abstinência, uma prática, ao lado da caridade e esmola, indicada pela Igreja como devoção típica do tempo de Quaresma.
Esta tradição está fazendo com que as peixarias de São Carlos tenham um aumento considerável nas vendas. Para José Roberto Messali, 47, da Peixaria Central, na avenida Comendador Alfredo Maffei, pode-se afirmar que nesta semana há uma aumento de 50% nas vendas de todos os tipos de pescado.
“Não posso lhe afirmar qual tipo de peixe sai mais, a procura é para todos, mas há um destaque ao filé de merluza, filé de pescada, a própria sardinha e muitos compram o peixe inteiro para assar”, explica Messali.
Para o comerciante, a Semana Santa é o Natal dos comércios de peixes, uma vez que o consumo ainda é pequeno no dia-a-dia. “Há a religiosidade da Semana Santa e o peixe como símbolo é muito favorável”, diz.
O bacalhau, como mostrado em reportagem da semana passada no Primeira Página e que pode ser lida no www.jornalpp.com.br, ganha o seu destaque e a venda começou a aumentar. “A procura pelo bacalhau aumentou também e o preço não teve aumento em relação ao ano passado. Esta bem acessível”.
A TRADIÇÃO – Comer peixe no lugar de carne, mais do que um valor material, tem um profundo significado simbólico da fé. A carne representa o mundo material, as paixões, pecados, egoísmo, ganância; e o peixe simboliza alimento de vida e símbolo da ceia eucarística, diz o artigo do padre Marcelo Rossi publicado em sua página pessoal.
O peixe está presente em muitos textos da Bíblia, mas o importante não é somente o jejum. De acordo com o bispo de São Carlos, Dom Paulo Sérgio Machado: “O importante é que o jejum seja acompanhado de oração, caridade e penitência”.
O peixe foi um dos símbolos do Cristianismo. O peixe era alimento básico entre os judeus. Por duas vezes ele foi objeto de milagre e assim como o pão, tornou-se símbolo de Cristo. O peixe pôde ser lembrado como provisão de Deus. Uma vez que o peixe era um alimento essencial, a profissão de pescador era comum. Jesus usou a figura do pescador e da pesca para exemplificar o discipulado e a abrangência do Reino de Deus.
