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Vazamentos na rede causam a perda de mais de 1,4 bilhão de litros de água tratada mensalmente

12/07/2020 06h11 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Vazamentos na rede causam a perda de mais de 1,4 bilhão de litros de água tratada mensalmente Foto: Divulgação

De acordo com o SAAE, em 2019, a perda equivale a 43% da água produzida pela autarquia

Na última quinta-feira (8), o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de São Carlos, Benedito Marchezin, concedeu entrevista ao apresentador Luis Morelli do programa Fala São Carlos, quando afirmou que os vazamentos da rede de água causam a perda de 43% a 45% da água tratada por mês produzida pela autarquia, que representa mais de 1,4 bilhão de litros/mês. Em um ano, o volume chega a 17 bilhões de litros.

“É uma perda em termos de percentual de 43% apontado ano passado, e a gente preencheu o formulário do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS), quando passamos essa informação. Mas, o SAAE trabalha com uma média de 43% 45%”, afirmou.

Ele justificou que a perda é causada pela rede de água que é muita antiga, tem cerca de 50 anos. “A rede de água é muita antiga, temos muitas regiões da cidade com encanamentos com mais de 50 anos. Por exemplo, a região central expandida, região da USP, Vila Nery, Jardim Centenário, Vila Jacobucci, e outros bairros antigos”, enfatizou Marchezin.

Segundo o SAAE São Carlos, em 2014 produziu mais de 28 bilhões de litros de água tratada (superficial e subterrânea) adequada para o consumo humano e eram perdidos mais de 11 bilhões de litros por ano, que representa 39,41% de índice de perdas na distribuição da água tratada.

Quando comparamos a evolução do desperdício de água tratada em São Carlos, desde 2014 a 2019, é cerca de 6 bilhões de litros a mais de perda de água tratada durante os últimos cinco anos.

São Carlos tem um desperdício maior do que a região Sudeste, que tem média de perda de 34% da água, no Estado de São Paulo a média é 35,4% e superior que em todo o país, que tem média de 38%, segundo os dados de 2018 do SNIS.

Marchezin disse que necessita de um investimento em torno de R$ 100 milhões para substituir a rede antiga. “Para combater essas perdas é necessário um investimento de R$ 100 milhões para substituição da rede de água, e o orçamento desse ano é de R$ 110 milhões, portanto é impossível realizar essa troca porque precisaria utilizar o orçamento integral do ano”, ressaltou.

Dados do índice de perdas na distribuição de água tratada

De acordo com SNIS, em 2014, o índice de perdas na distribuição de água tratada é de 39,5% e no ano de 2018, o índice subiu para cerca de 46%. Em termos de índice de perdas por ligação, em 2014 foi de 324,22 litros/dia por ligação, e em 2018 foi de 438,46 litros/dia por ligação. Que representa um aumento de mais de 134 litros/dia neste período.

Privatização do SAAE de São Carlos

Outro assunto comentado na entrevista pelo Marchezin, presidente do SAAE São Carlos, foi sobre a possível privatização da autarquia. “O governo federal vai dificultar as linhas de créditos aos municípios que ainda não privatizaram o serviço de água e esgoto, como São Carlos, por causa do marco regulatório, então vai forçar a privatização desse serviço”, explicou.

De acordo com o Ministério da Economia, o novo marco legal do saneamento deve alcançar mais de 700 bilhões de reais em investimentos e gerar por volta de 700 mil empregos no país nos próximos 14 anos.

Consequências da privatização

Segundo Marchezin, a empresa que vier assumir um dia o SAAE São Carlos, vai acertar os valores de tarifa e vai cortar a tarifa social. A autarquia, na faixa de 0 a 10 metros cúbicos, o usuário paga 3 metros cúbicos. Por exemplo, se o consumidor gastar 9 metros cúbicos, então, o SAAE São Carlos paga o restante da conta, que é de 6 metros cúbicos.

Mas, por outro lado, o presidente Marchezin afirmou que a empresa teria condições de realizar os investimentos de melhorias da rede de água. “Se o SAAE for vendido para o setor privado, então a empresa que assumir terá condições de realizar os investimentos necessários, mas desde que pratique uma tarifa que seja condizente para isso”, finalizou.

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