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Árbitros do Mundial agradecem anonimato

18/06/2014 23h28 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Árbitros do Mundial agradecem anonimato
Reuters/Mike Blake
Árbitro alemão Felix Brych durante jogo entre Uruguai e Costa Rica, em Fortaleza.

Vitórias por virada têm sido comuns na Copa do Mundo deste ano, então parece vir a calhar que, após um início de torneio complicado, os árbitros tenham desaparecido do noticiário, abrindo espaço para o ótimo futebol demonstrado.

 

O técnico da Croácia, Niko Kovac, alertou que um “circo” teria sido montado, após o controverso pênalti marcado pelo juiz japonês Yuichi Nishimura na partida de abertura do Mundial ter virado o ritmo da partida a favor do Brasil e ameaçado ofuscar o desempenho brilhante de Neymar em campo.

No jogo seguinte, quando México enfrentou Camarões, nada menos que dois gols de Giovani dos Santos foram anulados após questionáveis impedimentos que deixaram o jogador indignado.

Oribe Peralta foi providencial ao assegurar o 1 x 0 para o México e poupar a equipe de arbitragem de um vexame, mas seja qual tenha sido o resultado da partida contra Camarões, as decisões do juiz não seriam esquecidas assim tão facilmente.

Tais decisões discutíveis agora parecem uma lembrança distante em meio às emocionantes partidas, e Massimo Busacca, chefe de arbitragem para a Copa do Mundo, disse estar feliz com o desempenho geral.

“É impossível para o juiz não cometer nenhum erro ao longo de 90 minutos –do mesmo modo que os jogadores”, disse ele à Reuters por email nesta quarta-feira.

“Tentamos reduzir os erros e não influenciar o resultado. No geral, acho que estamos fazendo um trabalho muito bom e estou confiante para o resto da competição.”

Busacca negou comentar sobre incidentes específicos ocorridos na primeira semana do torneio, embora no dia seguinte ao jogo de abertura ele tenha defendido o pênalti marcado por Nishimura, dizendo que cabia também aos jogadores parar de segurar os adversários dentro da área.

 

DESEMPENHO MELHOR

A sina de todo árbitro é ter as más decisões lembradas e as boas esquecidas. Mas com o desenrolar da Copa no Brasil, várias intervenções decisivas provaram ter sido corretas, mesmo se o time que foi vítima dessas marcações nem sempre enxergar assim.

O juiz uzbeque Ravshan Irmatov foi criticado por interromper jogadas durante o duelo pelo Grupo E entre Equador e Suíça, mas acabou se redimindo ao dar uma vantagem crucial na jogada em que o time europeu acabou conseguindo uma dramática vitória aos 48 minutos do segundo tempo.

Em outro exemplo de boa arbitragem que passou despercebido, o juiz brasileiro Sandro Ricci deu um segundo cartão amarelo ao jogador hondurenho Wilson Palacios após uma entrada dura contra o meia francês Paul Pogba, segundos após o retorno do intervalo.

Karim Benzema converteu o pênalti resultante do lance e, em nome da neutralidade, justiça foi feita com a partida terminando em 3 x 0 contra os violentos hondurenhos.

No mesmo jogo, a tecnologia da linha do gol foi usada pela primeira vez em um Mundial.

Teria sido praticamente impossível definir a olho nu se a bola havia passado integralmente pela linha, após ter rebatido no goleiro de Honduras Noel Valladares, mas a nova tecnologia mostrou que a bola havia entrado por questão de centímetros, com o juiz marcando um respectivo gol contra.

“Para nós foi ótimo ter a confirmação de que o sistema funciona”, disse Bussaca.

“Não tínhamos dúvida, mas é diferente usa a GLT (sigla em inglês para a tecnologia da linha do gol) nos treinamentos e testemunhá-la naquele momento em campo, durante uma partida importante. Em certas situações é impossível ver o que aconteceu com olhos humanos.”

Outra novidade introduzida no Mundial deste ano no Brasil foi o spray que desaparece para demarcar a distância correta da barreira, o que tem resolvido a aproximação dos jogadores na cobrança de faltas.

Mais mudanças fundamentais na arbitragem podem estar a caminho, após o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sugerir na semana passada um sistema pelo qual os técnicos podem submeter até duas decisões dos juízes por partida para serem examinadas em vídeo.

Por enquanto, as equipes e os torcedores no Brasil devem se contentar com o julgamento humano em quase todas as decisões, e esperar que elas sejam esquecidas.

 

“O menos que você notar um juiz, melhor seu desempenho –esse é um princípio geral e definitivamente nossa meta”, disse Bussaca. “Nós não somos os protagonistas em campo.”

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