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Espetáculo Vis-à-Vis, do Grupo Pro-Posição, chega a São Carlos

05/10/2016 11h50 - Atualizado há 8 anos Publicado por: Redação
Espetáculo Vis-à-Vis, do Grupo Pro-Posição, chega a São Carlos

As bailarinas Janice Vieira e Andréia Nhur, do Grupo Pró-Posição, apresentam nesta quinta-feira (6) em São Carlos o espetáculo “Vis-à-Vis”. Janice e Andréia, são, respectivamente, mãe e filha. A apresentação acontece às 15h, no Teatro do Sesc, gratuitamente. A retirada de convites acontece com 1h de antecedência. 

Depois de elaborar uma trilogia que retrata a visceral relação entre mãe e filha, com as obras “Swan Corpo Adaptado” (2007), “O Cisne, minha mãe e eu” (2008), e “Linhagens” (2009), as bailarinas Janice Vieira e Andréia Nhur levam aos palcos um pouco mais da própria história, mas dessa vez o contexto político entra em cena. A proposta é resgatar as memórias de mãe – Janice viveu a repressão dos anos 1960 e 1970 – e de filha – Andréia passou a infância no momento em que se espreitava a liberdade nos anos 80.

Nos primeiros momentos, uma blusa de mangas muito compridas, similar a uma camisa de força usada por Janice no espetáculo “Boiação” (1976), como símbolo da repressão da época, volta à cena. A blusa une as intérpretes num duo; depois serve como um prolongamento dos braços da mãe, num solo. Daí vem o nome “Vis-à-Vis”, expressão francesa que em português quer dizer “frente a frente”.

O trabalho nasceu quando Andréia estava na França, desenvolvendo suas pesquisas para o trabalho acadêmico. Na ocasião, ela começou a levantar algumas questões políticas relacionadas ao tempo em que Janice viveu e atuou como bailarina, especialmente de quando fazia parte do Grupo Pró-Posição, fundado em 1973 por ela e pelo bailarino Denilto Gomes, com o intuito, como sugere o nome, de marcar uma posição em relação ao movimento político daqueles anos. A troca de correspondência entre mãe e filha esboçou o que hoje é o “Vis-à-Vis”, que tem colaboração artística da pesquisadora francesa Isabelle Launay, com quem Andréia fez suas pesquisas.

Janice toca acordeão, Andréia, além de habilidades com o pop, mostra que tem voz afinada. No fundo de tudo isso, o espetáculo tem trilha que mescla valsa, baião, pop e blues. O desenho de luz é de Roberto Gill Camargo, também colaborador artístico do espetáculo.”Não é um branco difuso, sem vida, mas com variações de ângulo, direção, amplitude e intensidade. A intenção foi criar uma luz integrada a um discurso cênico que contrapõe, justapõe e estabelece correspondências entre presente e passado. Não queria representar o passado com a luz (num tom sépia e envelhecido), mas sim trazê-lo, como se estivesse acontecendo agora”, ele explica.

A pré-estreia do espetáculo “Vis-à-Vis” foi em junho, na III Plataforma Estado da Dança, no Teatro Sérgio Cardoso, na capital. Depois foi apresentado em Campinas e em São Paulo novamente, no Tucarena e na Funarte. Em Sorocaba, houve, em junho, um ensaio aberto do espetáculo na Uniso – câmpus Trujilo.

 

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