Evento pretende conectar artistas em espaço público
Neste sábado, 22, a partir das 9h, a Praça Brasil será palco do evento “Praça-Ação”. A iniciativa surgiu a partir da reflexão de Nádia Duque Lopes e Letícia Brandão de que a maioria das pessoas quando vão encontrar com alguém, as encontram em casa, em algum lugar fechado privado, ou restrito. “A ideia é encontrar pessoas desconhecidas com um pouco mais de profundidade, ou seja, aproveitar o espaço para se conectar com as pessoas, trocar experiências e cultura. Acredito que os espaços públicos precisam ser ocupados por esse tipo de encontro” comenta Nádia.
Elas convidam toda a comunidade para que aproveitem o espaço para declamar poesias, apresentar sua arte, dança, ou simplesmente passar para conversar e agregar suas ideias em rodas de conversa.
Outro viés do evento é despertar a reflexão acerca da ocupação de espaços públicos. “Cresci na rua e não sei se as gerações hoje estão tendo um contato com a rua e acho que isso foi muito importante para a forma de como eu vejo o espaço público hoje. E o que isso significa até em relação com a cidadania, direitos, que me formou enquanto pessoa”, relembra Letícia.
A inspiração para a temática central do evento que será “O que me faz sorrir” surgiu da proposta que uma artista plástica criou nos Estados Unidos, onde ela colocava um mural nas ruas e as pessoas escreviam nele o que queriam fazer antes de morrer.
Além da proposta de um dia sereno e alegre, as meninas pretendem que o encontro também traga a reflexão acerca da “violência nas ruas”. “Fomos criadas em uma geração de medo, onde devemos temer o estranho, ter cautela ao andar nas ruas, temos medo de quando um estranho nos aborda, ou nos olha. A ideia é ressignificar isso. As ruas hoje em dia são de passagem, gostaria que elas fossem mais de permanência, dos pedestres, dos encontros e de que pode ser um espaço além do tráfego de carros”.
A praça Brasil foi escolhida por ser um espaço “interessante” e muito frequentada por diferentes “tribos” como os skatistas, crianças, praticantes de caminhadas, entre outros. “Fazemos um chamamento para que as pessoas sintam vontade de compartilhar suas ideias, e sua arte. A gente tem um cuidado com a Casa de Saúde, sabemos que a região tem muitos moradores e o evento não tem uma conotação festiva, a ideia é do encontro e troca”, finaliza Letícia.