Mascherano inspira Argentina e leva seleção à final
Os torcedores do Barcelona que vêm acompanhando o desempenho brilhante de Javier Mascherano na Argentina na Copa do Mundo provavelmente vêm se fazendo a mesma pergunta: por que ele não joga assim para nós?
Desde que ele trocou o Liverpool pela liga espanhola em 2010, o então técnico Pep Guardiola converteu Mascherano em zagueiro central, posição na qual às vezes pareceu desconfortável e prejudicado por sua baixa estatura.
Apelidado de “Jefecito” (Chefinho), ele ainda joga em sua velha função de meio-campista para sua seleção, e suas atuações impressionantes no Brasil são uma das razões de a Argentina estar se preparando para disputar a final com a Alemanha no domingo.
“Foi Mascherano e mais dez”, afirmou o ex-capitão argentino Diego Maradona depois da vitória da semifinal sobre a Holanda nos pênaltis.
Embora seu colega de equipe Lionel Messi venha recebendo mais manchetes, o incansável Mascherano talvez tenha sido o melhor do torneio em sua posição, além de ser uma presença calma e confiável no time.
Ele cobre enormes porções do campo, raramente erra um passe, fica à vontade tomando a dianteira com a bola e é feroz nas disputas, a ponto de ser comparado a um “pitbull” por Maradona.
O jogador de 30 anos, que soma 104 jogos por sua seleção e é o único argentino que já conquistou dois ouros olímpicos, acumula estatísticas impressionante no Mundial.
Ele tem a melhor marca de passes completos (86,6 por cento) e foi quem se envolveu em mais disputas de bola (28).
Contra os holandeses, ele tocou mais na bola que qualquer colega de time. 104 vezes, e atuou em todos os 600 minutos das seis partidas da Argentina até o momento.
Além de sua contribuição nos gramados, Mascherano se impõe no vestiário e tem o respeito total de seus companheiros, incluindo o capitão Messi, que joga com ele no Barcelona.
Momentos antes da disputa de pênaltis da quarta-feira, Mascherano foi capturado pela câmera dizendo ao goleiro Sergio Romero: “Hoje você vai ser um herói”.
Dito e feito: Romero salvou duas cobranças e Mascherano chorou de alegria quando Maxi Rodríguez conferiu o pênalti decisivo para colocar a Argentina na final.
“Esperamos coroar isto com o título no domingo, mas além disso estou orgulhoso deste time”, declarou Mascherano aos repórteres.
“É um sonho para nós dar essa chance à Argentina novamente”, acrescentou.
“Jogamos uma partida brilhante, não tivemos medo de nada, mesmo sabendo que domingo podemos disputar a partida de nossas vidas.”