Os cuidados com a pele no inverno
Dias mais frios e a pele começa a sentir os efeitos da estação, por isso nesses períodos há uma necessidade de criar hábitos de cuidados especiais com a pele. No inverno ela fica mais seca, perde a oleosidade, fica sem brilho, sensível e áspera.
De acordo com o médico dermatologista pela USP de Ribeirão Preto, mestre em biotecnologia pela UFSCar e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Moysés Costa Lemos, o primeiro passo é entender que nos dias frios há um ressecamento natural da pele. Ele ressalta que é importante evitar banhos quentes e demorados.
“É preciso mudar o hábito de tomar banho muito quente e longo já que a água de alta temperatura tem um efeito de ressecamento, isso ocorre porque a pele tem a camada hidrolipídica que é uma gordurinha protetora da pele. Quando há um banho excessivo e mais o frio há uma diminuição dessa barreira, onde a pessoa fica sujeita a alergias e infecções que podem até ser virais, mesmo não sendo comuns podem acontecer”.
O especialista explica: “Existe a infecção bacteriana chamada impetigo que é mais comum em crianças e idosos, a falta da camada protetora na pele pode acarretar essas infecções, o que traz verrugas, micoses, olho de peixe, essas podem ser contraídas pelo ressecamento da pele. As pessoas mais afetadas com o frio são as pessoas alérgicas que na pele é manifestado através de uma doença chamada dermatite atópica, muitas pessoas associam essa dermatite atópica à bronquite, asma e rinite, ou seja, elas podem sim andar juntas”.
Quanto à solução para esses males, o médico indica tomar banhos rápidos e mornos de preferência de até cinco minutos. “O banho deve feito preferencialmente uma vez ao dia nesses períodos de frio e quando a pele da pessoa já for muito seca, ela deve evitar bucha e usar o sabonete somente nas partes intimas e nas axilas”.
Outro cuidado primordial durante o outono/inverno é o uso contínuo de protetor solar. “Por estar mais frio as pessoas tem a ideia de que o uso do protetor solar não é tão necessário, o que é um equívoco. É preciso pensar que a radiação solar chega à pele independente da temperatura. O efeito do câncer de pele, das rugas e das manchas é um efeito cumulativo, ou seja, quanto mais exposição, mais problemas ela terá”, diz Moysés.
Além do banho rápido e do uso de hidratantes adequados para a pele, não se deve esquecer nunca o uso do protetor logo pela manhã, ao meio-dia e conforme a exposição ao sol, aplicar de duas em duas horas.
“O protetor solar varia de acordo com o tipo de pele, o fator deve ser de pelo menos FPS30 e que tenha uma proteção de ultravioleta A, conhecida como PPD, a qual deve ser de pelo menos um terço do valor do FPS, se o FDP for 30 o PPD deve ser 10. O UVB protege do câncer de pele, mas o PPD protege do envelhecimento das manchas e das rugas e não é somente no período que as pessoas chamam de ruim que seria das 10h às15h que o envelhecimento da pele ocorre e sim da hora que o sol nasce até a hora que o sol se põe”, finaliza o médico.
