Abraciclo estima aumento de 6,1% na produção de motocicletas neste ano
A
Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas,
Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) prevê a
produção de 1.175.000 motocicletas neste ano, o que representa
aumento de 6,1% ante 2019, quando foram licenciadas 1.107.758
unidades.
A
Abraciclo, que representa 98% das fabricantes desse tipo de veículo,
estima queda de 27,5% nas exportações, com as vendas passando de
38.614 para 28 mil unidades. O índice é melhor do que o registrado
na comparação de 2018 com 2019, de – 45,3%.
Segundo o
presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o que explica a diminuição
nas exportações é o cenário “de deterioração” da
economia de países que já se consolidaram como consumidores das
motocicletas brasileiras, com destaque para a Argentina. Diante das
circunstâncias que enfrenta atualmente, a Argentina registrou no fim
do ano passado redução de 60% no volume de motocicletas importadas
do Brasil. Já as remessas para os Estados Unidos, segundo maior
mercado, tiveram expansão de 25,5%. O Brasil ocupa a oitava posição
no ranking
mundial
de produtores.
A Abraciclo informou também que o segmento
espera aumento de 5,8% no varejo de motocicletas. O percentual se
aproxima do estimado para o atacado, que é de 5,7%. Os indicadores
ficam bem abaixo das marcas de 2019, que foram, respectivamente, de
14,6% e 13,2%.
“A maior parte da produção [de 2019]
realmente foi para mercado interno”, afirmou Fermanian. A frota
nacional de motocicletas totaliza 28 milhões de unidades.
Fermanian
disse que os níveis atingidos no ano passado “encorajam a ter
uma visão mais otimista para 2020”, mas ressaltou que não se
pode garantir que a realidade corresponda aos prognósticos de
desempenho. “A gente não tem um cenário, uma expectativa de,
por exemplo, quanto o país vai crescer, quais serão as reformas
implantadas. Tudo isso ainda nos remete a um cenário de certa
incerteza”, afirmou. “Pelo menos, um patamar de 6% de
crescimento já é bastante significativo.”
Bicicletas
Em
entrevista coletiva, a Abraciclo apresentou também informações
sobre a produção e o consumo de bicicletas. Para esse nicho, a
projeção é de que as montadoras fabriquem 987 mil unidades neste
ano. No ano passado, saíram das esteiras919.924 unidades.
A
expectativa, portanto, é de incremento de 28%, na comparação de um
ano com o outro. A taxa supera a variação gerada de 2018 para 2019,
que foi de 18,9%.
No ano passado, as bicicletas do modelo
mountain
bike predominaram
nas montadoras (47,5%). Em segundo lugar, vieram as urbanas e de
lazer, que representaram 36,7% do total. Em seguida, aparecem as
infantojuvenis, com uma parcela de 14,%.
Segundo o presidente da
Abraciclo, a tendência é que as bicicletas elétricas caiam, cada
vez mais, o gosto do consumidor, de forma que, até o fim deste ano,
o total de unidades salte dos 2.958 registrados em 2019 para 11 mil.
Se assim ocorrer, o aumento será de 271,9%.
Assim como ocorre
com as fábricas de motocicletas, as montadoras de bicicletas ainda
se concentram mais fortemente na Região Sudeste do país. Balanço
da Abraciclo, datado de junho, mostra que as fabricantes de
bicicletas do Polo Industrial de Manaus geraram 1,1 mil empregos
diretos e 3,5 mil indiretos. Já as de motocicletas empregaram 12,1
mil pessoas.