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BC vê rombo de US$ 67 bi na conta corrente do país em 2013

22/03/2013 17h15 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
BC vê rombo de US$ 67 bi na conta corrente do país em 2013

Com o cenário para o comércio exterior do Brasil mais complicado, o Banco Central piorou sua projeção para o déficit em transações correntes do país a 67 bilhões de dólares em 2013, ante 65 bilhões de dólares previstos anteriormente, resultado que não será compensado pelos investimentos produtivos vindos de fora.

 

Segundo o BC, os investimentos estrangeiros diretos (IED) devem fechar o ano em 65 bilhões de dólares, mesma estimativa anterior. Se confirmado, será a primeira vez desde 2001 que os investimentos estrangeiros não serão suficientes para cobrir o déficit em transações correntes.

Apesar do cenário mais complicado, tanto o BC quanto especialistas do mercado não veem grandes dificuldados para o país, uma vez que existem outras fontes de financiamento.

“Estamos em uma situação confortável em termos de financiamento da transações correntes… (Elas) tendem a crescer, é natural”, afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

Segundo ele, com a melhora da atividade econômica, o país tende a ampliar suas importações de máquinas e equipamentos, o que acaba pesando no saldo da balança comercial. Mesmo assim, acrescentou, não vê riscos de descontrole da conta corrente do país porque, mesmo se o IED for menor do que o déficit, outras fontes podem cobri-lo, como captações no mercado acionário.

A equipe da consultoria LCA também não vê com preocupação o financiamento do déficit em transações correntes, pois considera que os recursos de longo prazo “têm preponderado”, citando o fato de as empresas estarem optando pelas operações de empréstimos diretos para levantar os recursos no exterior.

 

BALANÇA PESA

O aumento da estimativa do déficit em transações correntes se deve a previsão de que a balança comercial brasileira terá superávit de 15 bilhões de dólares este ano, ante estimativa anterior de 17 bilhões de dólares.

No primeiro bimestre deste ano, a balança comercial acumula déficit de 5,314 bilhões de dólares, segundo dados do BC. O desempenho tem sido afetado pelo cenário externo conturbado, mas também pela contabilização atrasada de importação de gasolina pela Petrobras, o que deve gerar ainda mais déficits.

Para outras variáveis importantes das contas externas do país, o BC não mexeu em suas previsões para este ano. Ainda acredita que as remessas líquidas de lucros e dividendos somarão 30 bilhões de dólares em 2013 – cerca de 6 bilhões de dólares a mais do que o registrado no ano passado.

Os gastos líquidos com viagens internacionais deverão somar 16,3 bilhões de dólares em 2013, ante 15,6 bilhões de dólares registrados no ano passado.

 

FEVEREIRO

No mês passado, o Brasil registrou déficit em transações correntes de 6,625 bilhões de dólares – recorde para meses de fevereiro e um pouco acima da expectativa do mercado. Em relação a janeiro, quando o déficit foi de 11,371 bilhões de dólares vistos, o rombo de fevereiro recuou cerca de 42 por cento. No entanto, quando comparado ao resultado de fevereiro de 2012 (-1,73 bilhão de dólares), o déficit do mês passado quase quadruplicou.

Mediana de 20 especialistas consultados pela Reuters indicava saldo negativo de 6,1 bilhões de dólares no mês passado.

No acumulado em 12 meses encerrados em fevereiro, o déficit em conta corrente ficou em 2,79 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O rombo do mês, mais uma vez, não foi financiado pelos investimentos diretos, que somaram 3,814 bilhões de dólares no mês passado, um pouco acima do previsto pelos analistas consultados pela Reuters, cuja mediana somou 3,531 bilhões de dólares.

O rombo nas transações correntes – que incluem a importação e exportações de bens e serviços e as transferências unilaterais – também foi impactado pelo aumento das remessas de lucros e dividendos, que somaram 2,174 bilhões de dólares no mês passado, ante 528 milhões de dólares no mesmo mês de 2012. Em janeiro, esses envios haviam somado 2,068 bilhões de dólares.

Os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens, ainda segundo o BC, chegaram a 1,236 bilhão de dólares em fevereiro, com pequena alta sobre os gastos de 1,598 bilhão de dólares em janeiro e em linha com os gastos registrados no mesmo mês de 2012.

Para março, o BC também prevê que o rombo na conta corrente –esperado em 6,3 bilhões de dólares– não será compensado pelo IED, que deverá somar 4,2 bilhões de dólares. Até o dia 20 deste mês, esses investimentos produtivos estavam em 3 bilhões de dólares. (reportagem adicional de Leonardo Goy)

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