Copa: Abav prevê impacto econômico de R$ 183 bilhões
O impacto econômico da Copa do Mundo de Futebol do Brasil, que será realizada em 2014, será de R$ 183 bilhões. A previsão é da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (ABAV-SP). Em entrevista exclusiva ao Primeira Página, o presidente da associação, William Périco, afirma que 73% deste valor terão reflexos indiretos na economia brasileira como se deu na África do Sul em 2010. A parte de obras civis abrangerá R$ 23 bilhões e a área de serviços movimentará outros R$ 10 bilhões.
Além disso, a entidade também estima que entre 2009 e 2014 serão gerados 332 mil novos empregos e até o próximo ano mais 381 mil empregos temporários. O incremento de consumo previsto é de R$ 5 bilhões. Em tributos serão arrecadados R$ 16,8 bilhões, sendo R$ 10,6 bilhões em tributos federais.
“A indústria de viagens e turismo é hoje considerada a maior fonte de geração de empregos do mundo. O impacto do turismo se dá em 52 setores da economia. Em 2012 a nossa receita de turismo foi de US$ 1,07 trilhão”, comenta Périco.
A Copa das Confederações foi, segundo a ABAV, um ensaio do que vai acontecer no próximo ano. “O setor de turismo está preparado para os grandes eventos. Estamos muito otimistas com toda a infraestrutura que está sendo preparada pelo governo para isso. A iniciativa privada tem que estar preparada para isso. A demanda chega e vemos com muita tranqüilidade o cenário”.
Segundo ele, o período pré-copa já foi dar um posicionamento em termos de transporte aéreo e hospedagem. “Vai nos dar também uma ideia do mercado em termos em tarifas aéreas e hospedagens. O que nos deixa um pouco preocupados é que não conseguimos às vezes conseguir atender aos clientes de forma plena por não ter acesso aos ingressos dos jogos. Este sistema de vendas pela internet tira da mão do operador e do agente de viagem a possibilidade de montar um pacote completo. Então, aquele cliente que já tem o seu bilhete eu vou poder anexar a este projeto do jogo o bilhete aéreo, a hospedagem, o transporte, o show, o lazer e tudo o mais. Mas, estamos preparados e otimistas”.
Especialista vê benefícios “a médio e longo prazo”
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (ABAV-SP), William Périco, afirma que os benefícios da Copa não se resumirão ao período em que a disputa estiver ocorrendo. “ A (Copa) vai ser boa par ao Brasil também a médio e longo prazo e de fixação de marca, em termos de mídia. Eu acredito muito no jogo de cintura do povo brasileiro. Um exemplo são os estádios quase todos prontos”.
A preocupação é com relação ao crescimento dos custos quanto à falta de planejamento. “Quando fazemos as coisas às pressas o custo é muito maior e nós é que pagamos a conta. Quanto à infraestrutura aeroportuária, vias de acesso e sistema integrado de transporte, são fatores que nos preocupam, mas não só quando vamos ter um grande evento, mas sim no nosso cotidiano. A dificuldade hoje é grande para o usuário num terminal rodoviário, aéreo ou marítimo. Temos que superar este atraso de muitos anos sem investimento e planejamento. Isso nos deixa preocupados”, afirma Périco.
Segundo ele, durante a Copa do Mundo não haverá um crescimento da demanda no setor aeroportuário, mas sim uma mudança de perfil do usuário Quanto aos preços dos ingressos para a abertura da Copa do Mundo e da final, Périco comenta que os preços são “proibitivos” para os padrões brasileiros. “Afinal, o ingresso para a abertura custará 690 euros, R$ 2.100,00 e o fechamento em 1.500 euros, quase R$ 3.800,000”.
