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Crédito desacelera e inadimplência sobe

25/05/2012 18h31 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Crédito desacelera e inadimplência sobe

O crescimento do estoque de crédito no Brasil desacelerou em abril, enquanto a inadimplência voltou a subir, mas o governo mantém o discurso de que há sinais de melhora nos financiamentos. Isso porque as concessões de empréstimos registram alta em maio, apesar de bem menor à vista em abril.

 

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, 25, o total de crédito disponibilizado no sistema financeiro do país cresceu 1,2% em abril, para 2,1 trilhões de reais. Esse valor representa 49,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior da série histórica do BC.

É o terceiro mês consecutivo de alta apesar de um ritmo mais lento ao registrado em março quando, segundo os dados atualizados, o estoque havia crescido 1,89%.

Em 12 meses, o crescimento do crédito ficou em 18,1% em abril, sendo que a previsão do BC é de que o estoque avançará 15% neste ano.

As concessões de empréstimos pela média diária, apesar de registrarem expansão, também estão desacelerando. Depois de crescer 6% no mês passado, em maio até o dia 14, o crescimento estava em apenas 0,3%. Para pessoa física, havia queda de 4,1% e, para empresas, alta de 3,8%.

O chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, reafirmou a perspectiva de alta no crédito para os próximos meses e minimizou a parcial de maio. “Temos observado nos últimos anos que, em maio, caem as concessões de crédito”, afirmou sem explicar o motivo.

O BC havia sinalizado que o mercado de crédito estava voltando a dar sinais de crescimento mais sólidos. Na última quarta-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, informou que a média diária de concessão de crédito no país havia crescido 6% em abril, quando comparado com março.

O governo, que recentemente mostrou preocupação com o ritmo lento do mercado de crédito, atuou para estimular a oferta de empréstimos e financiamentos. Para isso, adotou medidas – como redução de compulsório bancário e do Imposto sobre Operações de Financiamento (IOF) – e colocou os bancos públicos para liderar movimento de redução das taxas de juros ao consumidor final.

Os bancos estavam receosos com os sinais claros de aumento de inadimplência, com destaque para a aquisição de veículos.

Para o governo, manter o mercado de crédito aquecido é importante para estimular a economia, via demanda interna, neste momento de crise internacional. A atividade econômica no país entrou 2012 desacelerando.

 

INADIMPLÊNCIA NÃO CEDE

Apesar dessa retomada mais cautelosa no mercado de crédito, a inadimplência permanece em patamares elevados. Em abril, ficou em 5,8%, crescimento de 0,1 ponto sobre março. O recorde histórico ocorreu em agosto de 2009, quando o calote médio ficou em 5,85%, de acordo com a série histórica disponibilizada pelo BC.

Em março, a inadimplência havia recuado um pouco sobre o mês anterior, de 5,8% em fevereiro para 5,7%.

A inadimplência em financiamentos de automóveis continua como a principal vilã. No mês passado, chegou ao recorde 5,9% em abril, superando a marca anterior de 5,7% que havia sido atingida em março.

Para Maciel, as ações de estímulos dadas pelo governo para o setor automotivo não devem resultar em crescimento da inadimplência no futuro. “Não acredito que vai ter efeito de aumento de inadimplência”, disse.

 

JUROS

Em maio, a taxa média de juros do país continuaram a cair. Até o dia 14, estava em 33,7%, 1,6 ponto percentual abaixo do fechamento de abril. Esse percentual, por enquanto, está abaixo da mínima histórica, de 33,8%, registrada em dezembro de 2007.

Apesar disso, o juros no cheque especial continuam em patamares muito elevados na avaliação do BC, apesar de terem caído 10,9 pontos percentuais em abril, para 174,1% ao ano.

O BC reafirmou ainda nesta sexta-feira que o spread bancário -diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao cliente final- atingiu 26,5 pontos percentuais em abril, contra 28 pontos no mês anterior.

Em maio, até o dia 14, spread continuou em declínio, a 25,4 pontos percentuais.

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