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Em documento, BC admite inflação mais alta desde setembro

23/12/2014 14h30 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
Em documento, BC admite inflação mais alta desde setembro

A inflação ao consumidor aumentou desde setembro até agora, conforme constatou o Banco Central por meio de documento divulgado a jornalistas nesta terça-feira, 23, enquanto o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, começou a fazer uma apresentação para comentar o Relatório Trimestral de Inflação. Ele usa como parâmetro de comparação o intervalo entre as divulgações dos relatórios.

Desde então, conforme a apresentação impressa, os preços nos mercados atacadistas seguem pressionados – em particular, os agrícolas. No documento, há menção também ao avanço da correção de preços relativos (dos preços internos em relação aos internacionais e dos administrados em comparação com os livres). Na avaliação do BC, a inflação tende a se elevar no curto prazo e permanecer elevada em 2015.

A expectativa, porém, é de que, ao longo do próximo ano, a inflação adquira uma composição mais sustentável e entre em “longo período de declínio”. Isso se dará, de acordo com o documento, por conta da elevação da taxa Selic, da política fiscal, que tende a ser mais contida, e moderação nas concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.

Além disso, a apresentação destaca que os processos de realinhamento de preços tendem à exaustão ao longo do horizonte de projeção do BC (dois anos) e que as expectativas de inflação estão mais favoráveis no final desse horizonte. O papel traz ainda a perspectiva de moderação salarial. 

De acordo com Carlos Hamilton, a redução dos preços do petróleo no mercado internacional sugere inflação contida no curto prazo, mas com tendência de que ela tenha uma elevação no médio prazo especialmente em 2016. No entanto, no cenário doméstico, ele acredita que a ampliação da produção interna de petróleo, além da depreciação do real e maior crescimento global, contribuirá para reverter o déficit na balança comercial. 

Hamilton afirmou que os riscos para a estabilidade financeira global tendem a permanecer elevados e há perspectivas de que a atividade global fique mais intensa, apesar da heterogeneidade da distribuição entre os principais blocos econômicos. Para o BC é provável também que se observe novas rodadas de tensão e de volatilidade nos mercados de moedas.

No cenário doméstico, ele destacou que os dados do terceiro trimestre de 2014 indicaram moderada recuperação da atividade econômica, com destaque para o crescimento da indústria e dos investimentos. Ressaltou também que a utilização da capacidade instalada (UCI) está em ligeiro declínio e o mercado de trabalho opera com estreita margem de ociosidade, com baixa taxa de desemprego. Segundo ele, a atividade no Brasil entrará em trajetória de recuperação no segundo semestre de 2015.

O diretor do BC salientou ainda a importância da política fiscal na condução da política monetária, mas frisou que são ações na área de juros que vão ter efeitos reais sobre a inflação. “É importante que fique claro: são as ações de política monetária que vão trazer a inflação para baixo”, disse. 

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