Em período de Quaresma, ovos sofrem reajuste de preço
Os consumidores já estão comprando a dúzia de ovos das granjas com o aumento do preço de 15% a 20% em hortifrutis e supermercados da cidade. A principal causa se deve a crescente demanda de consumo no período da Quaresma.
Muitas pessoas, nesta época, preferem evitar o consumo de carne vermelha pela crença religiosa, optando por consumir outros alimentos, entre eles, os ovos de galinha.
O gerente geral da cooperativa de granjas de Guatapará, que fornece ovos para São Carlos e região, Luiz Carlos Finhorelli, explica que a queda de produção começou entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, abrangendo janeiro deste ano. Nesta época ocorreu um aumento no valor da ração das aves, que basicamente é composta por grão de milho e no farelo de soja, e também o descarte de galinhas que encerraram o ciclo de produção e foram vendidas pelas granjas.
“Esses dois fatores favoreceram para a produção baixa de ovos que entrou em descompasso com a alta demanda da época, gerando o reajuste nos preços para o consumidor final. Porém a alteração é temporária até a demanda cair novamente”, comenta o gerente.
O aumento do combustível para o frete também é outro fator a se destacar neste aumento. O clima mais quente também não favorece na qualidade dos produtos que acabam tendo uma clara mais aquosa.
“Com o calor as aves acabam bebendo mais água do que comendo a ração, isso deixa a clara do ovo com mais aquosa, do que muitos consumidores reclamam”, explica Finhorelli.
A cooperativa de Guatapará possui nove granjas associadas e uma produção média de 550 caixas com dúzias por dia, que são distribuídas em cidades como Araraquara , Ribeirão Preto e Franca, entre outras da região.
A gerente do Varejão da Qualidade, Mara Callegário, comenta que o aumento dos preços não diminuiu as vendas de ovos, por se tratar de um produto muito utilizado na culinária brasileira; o período de Quaresma só vem acentuar mais o consumo. Com o reajuste, o preço dos ovos brancos passou em média de R$ 3,20 para R$ 3,60. “A tendência é que novos reajustes aconteçam para frear um pouco as vendas, já que a demanda continuará alta e a produção baixa por um tempo”, comenta Callegário.
Nos demais comércios, como as panificadoras, em que os ovos são utilizados em grandes quantidades na fabricação de diversos produtos, o repasse do reajuste foi empregado no preço final de alguns itens. Porém, a responsável do setor de compras de uma padaria da cidade, Claudia Junco, diz que o motivo não está apenas no aumento de custo dos ovos de granjas, mas também no reajuste de outras matérias-primas, como a farinha de trigo e derivados da soja, desde o final do ano passado.
“Para buscar um equilíbrio, entre os meses de dezembro e janeiro, alguns produtos sofreram reajustes, já que várias matérias-primas tiveram seus custos elevados impactando no valor da produção”, diz Junco.
Para a indústria, a farinha de trigo chegou a ter um aumento nos últimos seis meses de cerca de 30%. Para o consumidor o repasse foi de aproximadamente 10% no preço dos derivados.
