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Etanol ainda está viável na hora do abastecimento

06/12/2012 10h14 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Etanol ainda está viável na hora do abastecimento

O preço médio do etanol comum nas bombas na cidade está em R$ 1,799. Segundo o levantamento, na cidade, o etanol ainda está em 66%, abaixo do preço da gasolina comum que gira em torno de R$ 2,699, com variações que chegam a R$ 2,655. Ele perde esta chancela quando passa dos 70% do preço da gasolina.

 

A reportagem do Primeira Página percorreu seis regiões da cidade e em apenas uma delas encontrou a diferença do preço entre os dois combustíveis em 70%; em todas as outras, a margem está em média a 66%.

Para o dono de posto Eraldo Acciari Júnior, próximo da rotatória do Cristo, na Zona Leste da cidade, esta semana foi a gota d’água no aumento do etanol. “Eu estou pagando mais caro R$ 0,17 mais no litro do etanol para o distribuidor e só consegui repassar para o cliente R$ 0,10. A bandeira com a qual trabalho me recomenda manter o preço equilibrado aos outros postos da mesma empresa. Então tenho de negociar com eles o prejuízo na compra de outros tipos de combustível”, afirmou. No posto dele a diferença entre gasolina e etanol já atinge os 70%.

Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) mostram que na última semana, diante da pesquisa feita em 21 postos de combustível em São Carlos, o preço mínimo negociado na cidade foi de R$ 1,799 e o máximo, R$ 1,899, como está consolidado no site da instituição. A ANP realiza semanalmente a pesquisa em todo o País.

Segundo o diretor regional do Sindicato dos Postos de Combustível (Sincopetro) – Subsede Araraquara, Fernando Bicaleto, que também cobre São Carlos, a alta nos preços do etanol só está começando. Na avaliação de Bicaleto, é uma tendência que reflete a baixa capacidade produtiva das usinas brasileiras perante o aumento da frota de carros bicombustível (flex).

Nos postos de combustível de São Carlos, de acordo com o site da ANP, o desvio de preço, ou seja, a diferença entre o máximo e o mínimo está em R$ 0,044.

O frentista Fabiano Carrasco, do posto Tropical, próximo da rotatória da Educativa, no Jardim Risset, Zona Oeste da cidade, afirmou que esta semana a compra do etanol já foi R$ 0,12 mais cara e que a tendência é que nesse período o preço do etanol dispare e perca a competitividade. Por enquanto, nos postos dessa região, a variação está em 66%.

Na avaliação do diretor regional do Sincopetro, a equação é fácil de ser explicada. A evolução da demanda do etanol com a popularização dos carros flex está inversamente proporcional à capacidade de produção do produto pela indústria brasileira.

Segundo ele, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) já estimou em pesquisa que se a indústria automobilística continuar crescendo em 2% na produção de carros bicombustível até 2020, as usinas de etanol terão de dobrar a produção. “Uma realidade pouco viável dentro dos investimentos aplicados hoje no segmento”, sintetiza Bicaleto.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP de Piracicaba já indicou esta semana que as usinas aumentaram em 10% o preço do etanol. Na análise de Bicaleto, se o preço da gasolina não aumentar, a tendência do álcool é perder a competitividade neste final de ano.

“O Brasil não criou até agora uma política consolidada para o setor do etanol, com linhas de crédito para aumentar a produtividade do agricultor e a armazenagem do estocador para as entressafras”, finalizou.

 

 

 

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