Exportações apresentam queda de 11,6% em São Carlos
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os resultados da balança comercial dos municípios referentes ao primeiro semestre desse ano. São Carlos apresentou queda nas exportações de 11,6%.
Enquanto no ano passado as empresas do município exportaram US$ 161,8 milhões no período, esse ano as mercadorias enviadas para outros países atingiu apenas os US$ 142,9 milhões.
A análise dos meses de junho desse ano e do ano passado aponta uma queda de 13,8%. Enquanto em 2012, a cidade exportou, no mês, US$ 25 milhões. No último mês desse ano as exportações ficaram em US$ 22 milhões.
Na comparação com os principais blocos econômicos, a maior queda no índice de exportações do município foi para os Estados Unidos – 15,1%. Aos países do Mercosul, a queda foi de 9,9%. Em contrapartida, os países asiáticos, incluindo Oriente Médio, apresentaram variação positiva de 31,4%.
Na opinião do especialista em comércio exterior, Reginaldo Lante, a crise internacional ainda causa reflexos no índice de exportações. “A crise de confiança do exterior no cenário mundial é muito grande”, diz.
Lante acredita que o dólar é quem influencia a sazonalidade da balança comercial no Brasil. “A balança comercial brasileira vive em função da alta e baixa do dólar, mas é importante dizer que não é só isso que influencia essa variação”.
Ele pondera que o mercado de exportação brasileira esbarra na falta de conhecimento de inúmeras empresas capazes de exportar. “Hoje é muito fácil exportar. O problema é que empresas brasileiras, em especial de pequeno e médio porte, não têm cultura de exportação. Não buscam o mercado externo por falta de conhecimento”.
Como exemplo, ele cita pedidos, vindos do exterior, de sucata ferrosa, metais finos, cosméticos com apelo amazônico, frutas brasileiras “e não consigo fornecedor”, e completa: “Empresas de outros países querem comprar, inclusive com pagamento adiantado, e temos dificuldade de conseguir fornecedores pois eles se assustam com o simples fato de exportar”.
Como exemplo, ele cita um pedido de cerca de US$ 500 mil de bronze. “E o fornecedor, que era de Santa Bárbara do Oeste, se recusou, mesmo com a possibilidade de ganhar quase 10% a mais do que no mercado nacional”.
Ele defende que o governo faça um trabalho tendo em vista empresas de pequeno e médio porte no intuito de mostrar a viabilidade do mercado externo.
IMPORTAÇÃO – A pauta de importações segue o caminho oposto, segundo dados do MDIC. Elas cresceram 40% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, saltando de US$ 93,7 milhões para US$ 131,7 milhões.
As importações de produtos da China apresentaram os dados mais robustos. Passaram de US$ 9,2 milhões para US$ 28,9 milhões – crescimento de 212,1%. “A China é a mola propulsora do mundo e não vai deixar de ser porque a estrutura de impostos na China é reduzidíssima”, afirma Lante.
Já na análise dos principais blocos econômicos, São Carlos importou maior volume de produtos dos países asiáticos, incluindo Oriente Médio – 186,8%. Seguido dos países da Europa Ocidental – 175% e Estados Unidos (incluindo Porto Rico) – 24,7%.