IGP-10 acelera para 1,59% em agosto
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou para uma alta de 1,59 por cento em agosto, após elevação de 0,96 por cento em julho, influenciado principalmente pelos preços das matérias-primas brutas no atacado, informou nesta quinta-feira, 16, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em 12 meses até agosto, a inflação pelo IGP-10 ficou em 7,50 por cento.
Entre os componentes do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo-10 (IPA-10) subiu 2,21 por cento, ante alta de 1,24 por cento em julho.
O destaque ficou com o grupo Matérias-Primas Brutas, que mostrou em agosto alta de 5,39 por cento, ante inflação de 1,55 por cento em julho. Contribuíram para a aceleração do grupo os itens milho em grão (que passou de 0,59 para 22,17 por cento), soja em grão (10,17 para 15,62 por cento) e café em grão (-3,77 para 9,25 por cento).
Por sua vez, os preços de Bens Finais tiveram alta de 0,68 por cento em agosto, ante 0,84 por cento em julho. Segundo a FGV, a desaceleração foi influenciada pelo subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 4,92 para 1,12 por cento.
Entre os Bens Intermediários, houve desaceleração dos preços para 1,11 por cento, frente à taxa de 1,36 por cento verificada em julho. Quatro dos cinco subgrupos apresentaram desaceleração, com destaque para materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,53 para 0,81 por cento.
VAREJO
O Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10) avançou 0,29 por cento, frente à alta de 0,19 por cento no mês passado. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, sendo que destaque ficou com o grupo Alimentação, que passou de 0,85 para 1,11 por cento. Nesta classe, destacou-se o item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de 9,81 Para 17,93 por cento.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção-10 (INCC-10) registrou alta de 0,49 por cento em agosto, contra acréscimo de 0,84 por cento.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços teve variação de 0,47 por cento em agosto, ante 0,50 por cento no mês anterior. O índice que representa o custo da Mão de Obra subiu 0,52 por cento, frente a 1,17 por cento anteriormente.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
ACELERAÇÃO DE ÍNDICES
Os indicadores de inflação voltaram a mostrar recentemente aceleração dos preços, com destaque para a divulgação na semana passada de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho avançou 0,43 por cento, acumulando em 12 meses 5,20 por cento.
Diante disso, o mercado voltou a elevar sua projeção para o IPCA neste ano, apontando para uma alta de 5,11 por cento, o que mostra que os analistas vêem a inflação afastando-se do centro da meta oficial, de 4,5 por cento.
Essa alta da inflação, no entanto, não preocupa o governo, cuja avaliação é de que as pressões são pontuais e vão perder força.
Isso porque o problema maior continua sendo a atividade econômica ainda fraca, o que deve manter a política do Banco Central de reduzir a taxa de juros, atualmente em 8 por cento, para estimular o crescimento.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos próximos dias 28 e 29 e a expectativa é de que haja mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic.
