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IPCA-15 acelera em abril e supera em 12 meses teto da meta

19/04/2013 17h56 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
IPCA-15 acelera em abril e supera em 12 meses teto da meta

A inflação brasileira acelerou o passo em abril, com nível elevado de disseminação da alta dos preços e afetada pelos alimentos e gastos com habitação, em mais um sinal de resistência da inflação em patamar elevado apesar das medidas adotadas pelo governo para segurar os preços.

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,51 por cento em abril, ante alta de 0,49 por cento em março, acumulando em 12 meses 6,51 por cento, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado de abril, a prévia da inflação oficial superou o teto da meta do governo, de 6,50 por cento pelo IPCA, e ficou acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,43 por cento). O IPCA, referência para a meta de inflação, já havia superado o teto em março, ao acumular alta de 6,59 por cento em 12 meses.

“O quadro não mostra sinal de arrefecimento (do preços)”, resumiu o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.

Ele destacou que, embora a difusão tenha passado de 70 por cento nos últimos meses para 68 por cento em abril, “mostra um patamar elevado de disseminação da alta e um quadro de resistência da inflação”.

O resultado mensal de abril do IPCA-15 igualou a projeção mais alta em pesquisa realizada pela Reuters, que apontou expectativa de alta de 0,46 por cento segundo a mediana de 26 analistas. As projeções variaram de 0,42 a 0,51 por cento.

Apesar da aceleração da inflação, os juros futuros continuaram caindo nesta sexta-feira, dando continuidade ao movimento iniciado na véspera, por conta da sinalização do BC de que o aperto monetário pode ser menor do que o esperado.

 

HABITAÇÃO E TOMATE

Segundo o IBGE, o principal destaque deste mês ficou para os preços de Habitação, cuja alta foi de 0,68 por cento, após queda mensal de 0,70 por cento em março. Pressionaram o resultado a aceleração dos preços dos itens aluguel residencial (de 0,34 para 0,83 por cento) e taxa de água e esgoto (de 0,44 para 0,88 por cento).

Também contribui a aceleração da alta dos preços de Saúde de Cuidados Pessoais, a 0,63 por cento em abril, ante 0,42 por cento no mês anterior.

Mas a principal surpresa ficou por conta do grupo Alimentação e Bebidas que, apesar de ter registrado desaceleração para 1 por cento em abril, ante 1,40 por cento em março, teve a maior taxa entre os grupos pesquisados.

Esse movimento indica diminuição da pressão sobre os preços ainda em ritmo muito gradual, de acordo com a economista da Tendências Alessandra Ribeiro, que esperava alta de 0,8 por cento neste grupo.

“Os preços de alimentação no domicílio, principalmente dos produtos in natura, continuam muito fortes. É dificil de perceber se está havendo algum efeito da desoneração da cesta básica”, disse ela, referindo-se à redução de impostos anunciada recentemente pelo governo.

Alessandra destacou que a expectativa é de que os preços dos alimentos continuem desacelerando, “mas pelo jeito o ritmo ainda vai ser bem gradual, diferente do que estávamos imaginando”.

O governo federal isentou em março os produtos da cesta básica do pagamento de tributos federais, em mais uma medida para conter a alta dos preços. Apesar dos efeitos da desoneração não terem sido captados totalmente pelos índices de preços, o governo ainda estima que a medida resultará em uma queda de aproximadamente 0,5 ponto percentual na inflação nos próximos meses, segundo disse à Reuters uma fonte do governo nesta sexta-feira.

O tomate foi um dos itens que exerceu maior impacto individual na inflação, ao lado de empregado doméstico, com 0,05 ponto percentual cada, segundo o IBGE. O preço do tomate avançou 16,62 por cento em abril, enquanto o do empregado doméstico subiu 1,25. por cento.

 

MEDIDAS

A alta disseminada dos preços levou tanto o Banco Central quanto o Ministério da Fazenda e a presidente Dilma Rousseff a enfatizarem que não deixarão os preços sair de controle. Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic a 7,50 por cento, mas manteve o tom de “cautela” ao iniciar mais um ciclo de aperto monetário e indicando que eventuais altas serão comedidas.

Para a economista Alessandra, da Tendências, o efeito da alta de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros sobre a inflação é praticamente nulo, e ela espera novas medidas do governo no combate à inflação. (reportagem adicional de Luciana Otoni)

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