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Mantega derruba dólar, mas BC atua e moeda tem leve alta

08/02/2013 20h19 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Mantega derruba dólar, mas BC atua e moeda tem leve alta

Após declarações à Reuters do ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazerem o dólar despencar 1 por cento logo no início da sessão, uma intervenção do Banco Central fez a divisa encerrar esta sexta-feira, 8, praticamente estável e em torno de 1,97 real.

 

Mantega afirmou na noite de quinta-feira que o governo não deixaria o dólar ceder a 1,85 real, fazendo o mercado testar novos patamares de mínima na tentativa de descobrir qual seria o limite tolerado pelo BC. Este, por sua vez, indicou com sua intervenção no final da manhã que 1,95 real pode ser esse novo piso informal.

O dólar encerrou em leve alta de 0,05 por cento, a 1,9730 real na venda, mantendo-se no menor nível de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando a divisa encerrou a 1,9560 real. Na semana, o dólar caiu 0,80 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em 3 bilhões de dólares.

“Ele (Mantega) veio com esse pronunciamento do 1,85 real, o mercado entendeu que estava muito longe do piso e então começou a vender dólar”, afirmou o economista da XP Investimentos, Daniel Cunha.

“Com a fala do Mantega, o mercado já abriu muito apreciado, e aí veio o leilão (do BC) e pegou todo mundo de surpresa”, resumiu um operador de um grande banco nacional em condição de anonimato.

Logo no início da sessão, o dólar bateu 1,9510 real na mínima do dia, com o mercado buscando novos pisos após a entrevista de Mantega. A fala veio após o pregão agitado da véspera, quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expressou preocupações com a inflação e fez o dólar cair 0,82 por cento.

Em resposta à rápida valorização do real, no final desta manhã o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro e que ajuda a puxar o dólar para cima. O BC não realizava leilões de swap cambial reverso desde o final de outubro.

Uma fonte do governo já havia mostrado desconforto com o movimento do mercado na manhã desta sexta-feira, ao dizer à Reuters que a apreciação do real ante o dólar estava sendo “um tanto exagerada” diante dos fundamentos da economia brasileira e expectativas para a moeda.

“O leilão foi suficiente para o mercado entender que o dólar mais próximo de 2 é um número que o governo tem na cabeça, pois não vai pressionar tanto a inflação nem prejudicar os exportadores”, disse o operador do banco brasileiro, acrescentando que há a leitura no mercado de uma banda informal mais estreita, entre 1,95 e 2 reais.

Por boa parte de 2012, o dólar foi negociado dentro de um intervalo de 2 a 2,10 reais, com autoridades brasileiras frisando à época que o dólar acima de 2 reais tinha vindo “para ficar” para proteger os exportadores brasileiros.

Agora, o mercado tem apostado que as autoridades brasileiras usarão o câmbio como ferramenta de contenção da inflação, uma vez que existe a intenção de manter a taxa básica de juros na atual mínima histórica de 7,25 por cento para promover o crescimento econômico do país.

“O mercado está especulando que o câmbio vai ser a ferramenta dos ajustes das expectativas de inflação antes da Selic”, disse Cunha, da XP.

Mesmo com tais expectativas, os temores com inflação já fazem a curva de juros precificar um aumento de 1 ponto percentual ainda este ano.

O estopim da reação mais abrupta foi a divulgação do IPCA de janeiro, que registrou alta de 0,86 por cento, a maior em quase oito anos, e colocando em risco a manutenção da Selic ao longo do ano.

 

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