Preço do tomate dispara em São Carlos
A salada do brasileiro está com preços mais salgados e o tomate é o grande vilão dessa condição. Quem costumava comprar o alimento a cerca de R$ 3,00 o quilo em 2012, hoje fica boquiaberto com a situação: produto chega a R$ 12,99 em estabelecimentos de São Carlos, ou seja, mais de 300% mais caro que no ano anterior. O aumento no preço já é sentido pelo consumidor desde o início do ano, quando chegou a custar perto de R$ 5,00 o quilo.
Há quem opte por retirá-lo da lista de compras, no entanto também existem os consumidores que, mesmo com a alta, não deixam de comprá-lo.
“Muitas pessoas que compram tomates todas as semanas, não deixam de comprar o produto, mas diminuem acentuadamente a quantidade. Às vezes até optam por acrescentar outros alimentos na salada, fazendo com que o tomate passe apenas a ser um coadjuvante”, relata a gerente de um varejão da cidade, Lucimara Calegario.
Jacson José de Andrade, proprietário de outro varejão, também diz que a venda diminuiu, mas garante que o alimento não deixou de ser vendido. “O pessoal tem comprado menos. Na verdade, quem tem o costume de comer tomate, não deixa de consumi-lo”, afirma.
Em relação ao preço ter subido tanto, o comerciante diz: “Por não termos produção de tomate na região, pegarmos, nesta época do ano, tomate da região de Minas Gerais, mas lá também não tem a quantidade necessária, então tem a procura, mas não tem a oferta e assim o preço vai às alturas”.
O aposentado Aldo Ventura pagou R$ 30,00 em tomates para fazer molho. Descontente com o preço, o aposentado afirma que não teve alternativas. “Eu tenho que comprar para fazer molho, não gosto de comprar molho pronto porque me dá azia e neste caso não tem outro alimento que possa substituir. Mas o preço está um absurdo, eu confesso que fiquei horrorizado”.
Alguns estabelecimentos deixam de ter lucro sobre o produto para conseguir manter a venda. “Nós estamos mantendo a margem de lucro muito baixa, pois se fôssemos trabalhar com a margem lucro normal, o preço seria ainda maior”, relata Lucimara Calegario.
Para o produtor de tomate de Itajaú, Acácio Leocádio da Silva, o grande problema é a lei da oferta de da procura. “Não tem mercadoria suficiente e isso faz com que o produto fique mais caro”. Ele lembra que são diversos fatores que colaboram para o aumento no preço. “Não é somente o clima que influencia, o plantio do tomate está diminuindo, a mão-de-obra e o custo de produção dele são muito altos e o risco de perda é muito grande. Muitos produtores deixaram a atividade, não é qualquer um que quer arriscar”.
O preço também desagrada a aposentada Altair Aparecida Grande. Ela ainda diz que não é somente o preço que está ruim, pois a qualidade que eles têm sido vendidos não é das melhores. “Eu fui à feira dia desses para comprar um tomatinho rasteiro, quando olhei, decidi nem pegar, pois além de caro, estava muito feio”.
