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Superávit primário cai em julho e juros batem recorde

30/08/2013 21h20 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Superávit primário cai em julho e juros batem recorde

O setor público brasileiro registrou no mês passado o pior superávit primário para meses de julho desde 2010, enquanto os gastos com juros atingiram o maior valor da série histórica do Banco Central, em mais um sinal de deteriorização da política fiscal brasileira.

 

No mês passado o setor público consolidado – composto pelo governo central, Estados, municípios e empresas estatais – teve superávit primário de 2,287 bilhões de reais, quase 60 por cento menor que o registrado em julho de 2012, mostraram dados divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Banco Central.

O resultado veio bem abaixo das estimativas de economistas consultados pela Reuters, de um superávit 6 bilhões de reais, e foi fortemente influenciado pelo déficit dos governos regionais.

O governo central, formado pelo governo federal, BC e INSS, teve um superávit primário de 3,768 bilhões de reais em julho, enquanto os Estados e municípios tiveram déficit primário de 1,5 bilhão de reais.

No acumulado nos primeiros sete meses do ano, o superávit primário soma 54,4 bilhões de reais, sendo 37,5 bilhões de reais do governo central e 16,9 bilhões de reais dos governos regionais.

A meta cheia de superávit primário para este ano é 155,9 bilhões de reais, ou cerca de 3 por cento do PIB, mas o governo pretende fazer uma economia de apenas 110,8 bilhões de reais, equivalente a 2,3 por cento do PIB. Dessa meta ajustada, o governo central responde por 63 bilhões de reais e os governos regionais por 47,8 bilhões de reais.

Como resultado obtido até julho foi fraco, o setor público terá que fazer uma economia fiscal de 56,3 bilhões de reais de agosto a dezembro para atingir a meta ajustada do ano.

“Ainda temos cinco meses, precisamos aguardar um pouco mais para ver a evolução dos fluxos nos próximos meses”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas nesta sexta-feira ao ser questionado se a meta será cumprida.

O fraco desempenho fiscal tem contribuído para a perda de confiança dos agentes econômicos na política econômica, e resultou em uma revisão para baixo da perspectiva do rating brasileiro por uma agência de classificação de risco.

“O que se vê é a evidente deterioração da política fiscal e não há sinal de melhora, investimento público está em queda e a e atual postura fiscal é claramente expansionista por causa dos maiores gastos com custeio”, disse o economista da Rosenberg Associados, Rafael Bistafa, que projeta para este ano superávit primário equivalente a 1,9 por cento do PIB.

Em 12 meses até julho, o superávit primário é equivalente a 1,91 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 2014, o governo pretende perseguir um superávit primário de 2,1 por cento do PIB que, caso se concretize, será o menor desde 2009, auge da crise internacional.

 

JUROS RECORDES

Os juros da dívida pública apropriados no mês passado chegaram a 23,4 bilhões de reais –valor recorde da série história do BC, iniciada em dezembro de 2001.

“O maior número de dias úteis e o resultado nas operações de swap cambial no mês contribuíram para esse aumento”, disse o BC em comunicado. As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio para tentar conter a forte valorização do dólar geraram um gasto em julho de 1,7 bilhão de reais.

A combinação de superávit primário menor e juros recordes levou o déficit nominal a subir 78 por cento em julho, para 21,107 bilhões de reais ante 11,866 bilhões de reais em julho do ano passado.

O aumento do déficit nominal, contudo, não resultou em aumento da dívida líquida do setor público, que fechou julho a 1,574 trilhão de reais, equivalente a 34,1 do PIB –queda de 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior.

“O principal fator determinante dessa redução foi a depreciação cambial de 3,4 por cento no período, que respondeu por diminuição de 23,9 bilhões de reais no estoque da dívida líquida”, explicou o BC. Como o Brasil tem grandes reservas internacionais, quando o dólar sobe em relação ao real a dívida líquida cai.

 

Já a dívida bruta do governo geral–Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais– subiu para 2,7 trilhões de reais, ou 59,4 por cento do PIB, alta de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

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