Barça aposta em prata da casa com Vilanova
A decisão inesperada do Barcelona de promover o auxiliar técnico Tito Vilanova como substituto de Pep Guardiola é um risco significativo, mas, para um clube cujo sucesso fenomenal foi construído em boa parte com o talento de casa, a medida poderá ser um golpe de mestre.
Depois de liderar o Barça em 13 conquistas de campeonatos em quatro temporadas, Guardiola disse na sexta-feira que está saindo porque se sente exausto. O presidente Sandro Rosell anunciou que Vilanova assumirá a equipe principal a partir da próxima temporada.
Guardiola falou várias vezes sobre sua confiança no amigo próximo – que foi seu contemporâneo na academia de jovens do clube – e é a Vilanova a quem ele recorre em busca de conselho quando são necessárias mudanças estratégicas durante as partidas.
Os dois têm personalidades similares. Ambos são gentis, trabalham duro e fazem estudos metódicos sobre os jogos, além de defender um futebol rápido e baseado da posse de bola.
Embora Vilanova, de 42 anos, possa não inspirar o respeito instantâneo que Guardiola obteve com a carreira bem-sucedida como jogador, ele tem uma relação próxima com o time do Barça, principalmente com os integrantes formados em casa, muitos dos quais ele treinou quando eram adolescentes.
Após o final de uma carreira medíocre como jogador em clubes como o Celta Vigo e o Elche, ele voltou durante a temporada de 2001-2002 para assumir o time juvenil do Barça, com Lionel Messi, Cesc Fabregas e Gerard Piqué.
“Para o Tito, eu desejo o melhor nessa nova oportunidade que o futebol lhe deu”, escreveu Fabregas em sua conta do Twitter na sexta-feira.
“Estivemos juntos quando eu era garoto e ele não é só uma grande pessoa, mas também um excelente técnico”, acrescentou o ex-capitão do Arsenal, que é xará de Vilanova – o primeiro nome de ambos é Francesc.
Vilanova foi uma presença constante ao lado de Guardiola nas quatro temporadas em que dirigiram a equipe principal, tirando um breve período de convalescença no ano passado depois de uma cirurgia para retirar um tumor na glândula salivar.
Na entrevista coletiva de despedida na sexta-feira, Guardiola, de 41 anos, disse que o conselho de diretores havia tomado uma sábia decisão. “Ele é uma pessoa capaz e já conhecida dos jogadores.”