Brasil tem pódio triplo inédito no atletismo e ouro na esgrima
O Brasil conquistou nesta quarta-feira, 5, um pódio triplo inédito na história de sua participação em Paralimpíadas. Terezinha Guilhermina, Jerusa Santos e Jhulia Karol cruzaram praticamente juntas a linha de chegada nos 100m T11 feminino, com os tempos de 12s01, 12s75 e 12s76, respectivamente. Com os resultados do sétimo dia de competições, o Brasil está na oitava posição no quadro de medalhas dos Jogos de Londres, com 25 no total, sendo 12 de ouro (um a menos que a Alemanha), oito de prata e cinco de bronze.
“Essa vitória é muito especial, principalmente depois do que aconteceu (ela e o guia Guilherme Santana não terminaram a final dos 400m T12, na véspera). Pude mostrar ao mundo que num dia a gente pode chorar, mas no outro sorrir e dançar. Ganhar o ouro tem um sabor diferente aqui em Londres, porque em Pequim (2008) tropecei na saída dos 100m. O recorde mundial foi bom, mas tinha que ser abaixo dos 12s. Vou guardar para o Rio 2016”, afirmou Terezinha, que baixou a própria marca (12s04, no Mundial de Christchurch, em 2011).
Nas eliminatórias dos 100m T44, Alan Fonteles completou a bateria em 11s56, garantindo vaga na final desta quinta-feira, 6, às 21h24 (17h24 de Brasília). O melhor tempo foi do britânico Jonnie Peacock (11s08), recordista mundial. O sul-africano Oscar Pistorius venceu sua bateria e fez o segundo melhor tempo entre os finalistas (11s18).
O esgrimista Jovane Guissone também fez história nesta quarta-feira, em Londres. Aos 29 anos e em sua primeira Paralimpíada, o gaúcho conquistou a medalha de ouro ao vencer o atleta de Hong Kong, Chik Sum Tam, na final da Espada. Muito emocionado, ele mal conseguia comemorar.
“Esse combate foi meu melhor momento. Tive iniciativa, coragem e não perdi meu foco e a humildade. Mantive a calma, relaxei, não deixei o adversário ter o controle da luta. Não posso explicar o que estou sentindo. Estou muito feliz, muito mesmo”, disse Guissone, que dedicou a medalha ao filho de 10 meses. Jovane começou a praticar o esporte há quatro anos, depois de ficar paralisado ao levar um tiro nas costas durante um assalto.
Para chegar à medalha, o brasileiro passou pelo francês Marc-André Catrene (15-11), nas quartas de final, e pelo também francês Alim Latreche (15-11), na semifinal. Na véspera, o brasileiro já havia se destacado nas disputas de florete ao vencer o espadachim número um do mundo na estreia da Esgrima em Cadeira de Rodas em Londres.
A Seleção Brasileira masculina de Goalball também já garantiu sua melhor campanha paralímpica com a vitória sobre a Bélgica por 3 a 0, nesta quarta-feira, com dois gols de Romário e um de Alex, pelas quartas de final. Nesta quinta-feira, 6, os brasileiros enfrentam a Lituânia às 20h (16h de Brasília) por uma vaga na final contra o vencedor de Finlândia x Turquia. Os turcos são a única equipe invicta nos Jogos de Londres, e derrotaram os brasileiros por 4 a 1 na fase classificatória.
Já a seleção feminina de Goalball não conseguiu pôr em prática a estratégia de errar o mínimo possível e forçar os arremessos para superar o Japão, e foi eliminada das Paralimpíadas de Londres com a derrota por 2 a 0, pelas quartas de final.
No tiro, Carlos Garletti despediu-se dos Jogos Paralímpicos com seu melhor resultado, nesta quarta-feira. Garletti terminou na 15ª posição na Carabina 3 por 40, distância 50m classe SH-1 (para atiradores que não requerem suporte para a arma), sua quarta prova disputada em Londres.