Croácia é multada pela Uefa por gritos racistas
A Federação Croata de Futebol foi multada em 80.000 euros (100.600 dólares) pela Uefa nesta terça-feira, 19, por conta de gritos racistas dirigidos ao atacante italiano Mario Balotelli por torcedores croatas na partida pelo Grupo C da Euro 2012, em Poznan, na semana passada.
“A Federação Croata de Futebol (HNS) foi multada em 80.000 euros pelo uso e lançamento de fogos de artifício e por conduta imprópria dos torcedores (gritos racistas e símbolos racistas) no jogo do Grupo C pela UEFA Euro 2012 contra a Itália”, disse o órgão que regula o futebol europeu em um comunicado.
A multa é 20.000 euros menor do que a punição imposta ao atacante da Dinamarca Nicklas Bendtner por exibir a logomarca de uma empresa de apostas em sua cueca ao comemorar um gol na Euro 2012.
A Uuefa disse que a Croácia pode entrar com recurso em até três dias. O país foi eliminado do torneio após a derrota no jogo final da fase de grupo contra a Espanha, na segunda-feira.
A rede Futebol Contra o Racismo na Europa (Fare), que trabalha em estreita colaboração com a Uefa e tem observadores em cada jogo da Euro 2012, disse que entre 300 e 500 torcedores croatas estavam envolvidos na ofensa racista contra Balotelli.
A federação croata condenou o comportamento da torcida, mas havia insistido à Uefa para não punir a equipe.
A Croácia já foi multada duas vezes nos últimos quatro anos por comportamento racista de seus torcedores.
A Uefa os multou em 20.000 francos suíços (20.800 dólares) algumas semanas depois da Euro 2008 por cartazes e comportamentos racistas durante a partida contra a Turquia.
A Fifa multou a federação croata em 30.000 francos suíços poucos meses depois que seus torcedores ofenderam o atacante inglês Emile Heskey durante uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo em Zagreb.
O presidente da Uefa, Michel Platini, expressou sua raiva com a Croácia na segunda-feira, dizendo que ele havia falado de suas preocupações sobre o comportamento do torcedor com o presidente e o primeiro-ministro do país dos Balcãs há um ano.
“Eu não gerencio pessoas, mas as pessoas que vêm aos estádios (neste torneio), elas eram muito boas, exceto alguns croatas”, disse Platini a repórteres.
A questão do racismo dominou a preparação para a Euro 2012, cosediada por Polônia e Ucrânia e o maior evento esportivo no leste da Europa desde o fim do comunismo.