Mais um índice
Parece que o Brasil fica na frente apenas nos rankings de violência, desigualdade e corrupção mesmo. Em uma lista de 187 países, ficamos em em 79º no ranking mundial de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por exemplo.
Outro exemplo: a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil atualmente amarga a penúltima posição, à frente somente do México.
Mais um exemplo: o Brasil aparece na 72ª colocação no ranking mundial de combate à corrupção, tendo caído três posições em relação a 2012 e permanece no grupo de alerta, formado por nações que não conseguem diminuir a percepção de corrupção com os anos.
Ontem, Dia do Idoso, foi publicado o ranking global de qualidade de vida para idosos. Resultado: entre os 96 avaliados, o Brasil ficou em 58º colocação.
Segundo o relatório Global Age Watch 2014, é uma posição abaixo da média global. E o motivo do Brasil, a maior economia latino-americana, aparecer numa posição tão desconfortável se deve à insatisfação de sua população idosa em relação à segurança e aos transportes públicos. Mas, justiça seja feita: segurança e transporte não são motivos de reclamação apenas para os idosos.
A classificação é elaborada todos os anos pela organização britânica de ajuda à velhice HelpAge International, e resulta da combinação de vários documentos de instituições internacionais e de fatores como renda, saúde (expectativa de vida e bem-estar psicológico), transportes (possibilidade de trabalho ou educação), e segurança.
O Brasil está atrás do Chile (22), Uruguai (23), Panamá (24), Costa Rica (26), México (30), Argentina (31), Equador (33), Peru (42), Bolívia (51), Colômbia (52), Nicarágua (54), El Salvador (57).
E os autores do estudo afirmam o óbvio: o índice indica que apenas o crescimento econômico não basta para o bem-estar das pessoas mais velhas. Ora, mas isto vale para tudo: cultura, saúde, educação, segurança…O crescimento econômico não quer dizer nada, absolutamente nada, quando a corrupção, a irresponsabilidade, a ignorância, a incapacidade, o “jeitinho” brasileiro de ser tornam-se obstáculos hediondos para transformar a riqueza nominal do País num mínimo de decência para a população.
O relatório Global Age Watch 2014 é um índice, mais um índice que nos revela a nós mesmos. Mas de que valerá essa revelação?