TDAH em adultos
Mas, o que acontece com as pessoas mais velhas que também têm esse transtorno?
Na última semana discutimos um pouco sobre como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) afeta as crianças. Mas, o que acontece com as pessoas mais velhas que também têm esse transtorno?
Já sabemos que o TDAH é um transtorno neurológico, possui raízes genéticas e é caracterizado por sintomas como falta de atenção, impulsividade e inquietação; que se manifesta na infância, porém, algumas pessoas só o identificam em idades mais avançadas. E caso não seja devidamente abordado e tratado, traz diversas complicações para a vida cotidiana da pessoa.
No caso dos adultos algumas dessas complicações incluem: dificuldade de organização, de concentração e atenção, dificuldade de seguir rotinas, dificuldade em manter ciclos de sono e de alimentação, procrastinação, falta de foco, frequente alteração de humor e dificuldade de se expressar.
Devido a esses fatores, adultos com TDAH podem ser percebidos no ambiente de trabalho como “preguiçosos” ou “desinteressados”. E suas dificuldades levam a demissões, por exemplo, o que faz com que essas pessoas tenham um maior índice de instabilidade financeira e profissional.
Os desafios que eles enfrentam em outros âmbitos também se aplicam à direção. Pessoas com TDAH têm maior incidência de acidentes de trânsito. Isso devido à dificuldade em manter o foco e atenção.
Todas essas questões trazem consequências, dentre elas estão o que chamamos de comorbidades que nada mais é do que a ocorrência de duas doenças ao mesmo tempo em uma pessoa. No caso, o TDAH faz com que a pessoa esteja muito mais propensa ao surgimento de sintomas ansiosos e depressivos.
Pensando nisso, algumas estratégias interessantes para adultos com TDAH são: estabeleça um horário de sono, tente se alimentar bem, use relógios, coloque despertadores e se acostume a chegar adiantado, use agenda, faça uma tarefa de cada vez, crie rotinas diárias curtas e não deixe as coisas para depois (porque você vai esquecer).
Também é importante lembrar que, para que esse tratamento ocorra, é preciso que a pessoa procure a ajuda de uma equipe multiprofissional: um psicólogo, um médico (neurologista ou psiquiatra) e algumas vezes, um outro profissional da área da saúde para auxiliar com outras questões, como um nutricionista, por exemplo. E, para que se tenha o diagnóstico correto e ético do TDAH, é preciso que se passe por um processo de testes e avaliação contextual longo com profissionais especializados, dentre eles: psicólogo, psiquiatra ou neurologista. Processo que leva várias sessões.
Psicólogo formado pela PUC-Campinas.
Psicanalista pós-graduado pela Mackenzie-SP.
Especializado em Psicanálise, Gênero e Sexualidade pelo Instituto Sedes Sapientiae.
Matheus Wada Santos
CRP 06/168009
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