Mendicância
A caridade e a solidariedade humanas exigem que qualquer pessoa ajude o quanto possa as pessoas que lhes estão próximas. Ninguém nega que desgraças ocorrem nas vidas dos indivíduos, e que doenças, desemprego, solidão e outros fatores podem levar homens e mulheres a um estado de miséria e mendicância.
No entanto, também não é possível negar que muitas e muitas pessoas, sabendo da existência de corações caridosos e almas solidárias, usam a miséria (ou a suposta miséria) para conseguir ajuda. Muitas vezes essa ajuda é usada para financiar vício em drogas, por exemplo. E muitas e muitas vezes, a fragilidade das crianças é explorada, como flagrou, no centro da cidade, a reportagem do Primeira Página.
A situação de miséria é um elemento vergonhoso, desumano. E a exploração da miséria para fins escusos, e por meios ainda mais degradantes, como o uso de crianças, é ainda mais vergonhoso; é o apelo a uma situação de fragilidade, de fraqueza, de sofrimento, mas sem necessariamente ser uma realidade.
O papel da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social é, segundo o site da prefeitura, o de “implementar a política de assistência social do município, voltada ao atendimento dos interesses sociais e aspirações da população em situação de risco social; realizar as políticas setoriais visando o combate à pobreza, a garantia dos mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências e a universalização dos direitos sociais”, dentre outras funções.
É claro que situações, como a flagrada pela reportagem, não desaparecem da noite para o dia, nem para sempre. No entanto, servem de alerta às autoridades; alerta de que os problemas existem, e precisam ser resolvidos.