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Advogados entram com pedido de liberdade de Fernando Ganci

12/12/2018 10h37 - Atualizado há 6 anos Publicado por: Redação
Advogados entram com pedido de liberdade de Fernando Ganci
Os advogados Abalan Fakhouri e Alessandro Milori, que defendem Fernando Ganci, entraram com pedido de liberdade na Justiça de São Carlos ontem, 11. “A liberdade provisória não é tão certa. Ela pode acontecer agora ou no curso do processo”, reconheceu Fakhouri.
Fernando Ganci prestou depoimento na manhã de ontem ao delegado Gilberto de Aquino, na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). “O Fernando clareou os fatos. Até ontem, os fatos estavam obscuros para a polícia e para a Justiça”, disse Fakhouri.
Em entrevista ao Primeira Página, o advogado disse que Fernando Ganci sofreu uma “violenta carga de emoção em virtude de uma provocação, de ofensas”. “Infelizmente, a reação pode ser encarada como desproporcional. Isso será definido pela Justiça. Ele reagiu a provocações e insultos verbais”, acrescentou Fakhouri.
De acordo com o advogado, a vítima, Marcos Gentil Romero, conhecido como Tsunami, fez gestos no interior do veículo, que supunham a posse de uma arma, alegou Abalan Fakhouri. “Isso não é comum da natureza humana, mas o Fernando ficou muito nervoso em razão das ofensas morais, que sofreu no dia”, relatou.
Arrependido
O advogado Alessandro Milori disse que Fernando Ganci está arrependido. “A família conseguiu breves contatos com ele via WhatsApp e o convenceu a retornar a São Carlos”. O autor do homicídio chegou a ficar dois dias na Bolívia, de acordo com os advogados de defesa. “Nós solicitamos a liberdade provisória na Justiça. Relatamos com riqueza de detalhes o pedido, a partir do depoimento do Fernando prestado à DIG”, comentou.
O Primeira Página ouviu o advogado do tatuador Marcos Tsunami. De acordo com Antônio Piva, era esperada a tese da legítima defesa. “Só que numa legítima defesa, a pessoa não tem a necessidade de efetuar quatro disparos. O Marcos estava desarmado, não possuía antecedentes e era trabalhador”, disse o advogado.
“No momento em que foi agredido dentro carro, sem direito a defesa, ele abriu o cinto de segurança para sair do carro para se defender do agressor e neste momento, o agressor, com uma arma de fogo, efetuou quatro disparos. Ele não fez quatro disparos para se defender. A intenção do Fernando foi colocar fim à vida do Marcos”, observou Antônio Piva. “O ato praticado pelo Fernando, de forma injusta, o Ministério Público, vai denunciar o autor pelo homicídio qualificado, sem o direito de defesa. Acredito piamente que o delegado Gilberto de Aquino vai solicitar a prisão preventiva em breve”, esclareceu.
Ainda na tarde de ontem, o delegado Gilberto de Aquino, da DIG, concedeu entrevista sobre o crime. O responsável pela investigação afirmou que Fernando Ganci contou que estava fazendo a conversão para estacionar numa das vagas do estacionamento do Jaú Serve. “Foi quando ele interrompeu a frente do veículo da vítima e, segundo ele, a vítima passou a xingá-lo e provocá-lo verbalmente falando palavrões, nesse momento estacionou e sua mãe perguntou o que rapaz estava falando”, disse.
De acordo com o delegado, Ganci explicou que foi verificar o que estava ocorrendo. “Porém ele estava armado com um revólver que era de seu falecido pai e que colocou a arma nas costas, chegando lá ele afirmou que falou com rapaz, perguntou o que aconteceu, tentou se desculpar, o rapaz não entendeu, ele empurrou, esse empurrão teria sido como um soco e disse ´vai, embora, vai, embora, me deixa´, e a vítima teria dito ´péra, aí que vou te pegar´”, contou Aquino.
O delegado disse que nesse momento a vítima fez um gesto como se fosse pegar alguma coisa. O delegado afirma o que pensa sobre o gesto feito por Tsunami: “Esse gesto dá a impressão que a vítima iria desengatar o cinto de segurança e ele (Ganci) entendeu que o rapaz iria pegar uma arma de fogo, nesse momento o Ganci sacou da arma que estava nas costas e efetuou o disparos”.
No depoimento, segundo o delegado, Ganci afirmou que não se recordava quantas vezes tinha disparado e que se tratou de um ato de emoção e impulso. “Ele entendeu que a vítima iria matá-lo e o fez antes, o Ganci entrou no carro acenou para o motorista do ônibus que estava atrás do veículo porque ele não tinha como sair, deu ré foi até sua casa, deixou as compras e saiu sem rumo”, explicou.
De acordo com Aquino, Ganci disse que foi para o sentido Ribeirão Preto, jogou a arma do crime no Rio Mogi. “Antes dele jogar a arma, abriu o tambor viu que haviam quatro cápsulas deflagradas, até então ele afirmou que não tinha essa noção, depois seguiu para o sentido do Mato Grosso e chegou até a divisa com a Bolívia, ele conversou com a esposa que lhe contou que havia saído o mandado de prisão, portanto resolveu voltar e se entregar,  mas acabou pego pela polícia e hoje confessou a prática criminosa”, destacou.

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