Criança chegou morta à UPA, diz delegada
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) concluiu as investigações sobre a morte de um bebê ocorrida no dia 24 de março deste ano. A suspeita à época dizia respeito à falha no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cidade Aracy.
Ontem à tarde, em entrevista coletiva, a delegada Denise Gobbi Szackal, afirmou que a criança chegou morta à UPA e classificou o episódio como ‘fatalidade’. “A criança já chegou morta, o laudo do IML mostra que aconteceu uma asfixia, uma sufocação indireta, em razão de um peso colocado em seu tórax. Poderia ser o caso de alguém propositadamente ter apertado o tórax da criança ou então de uma pessoa que colocou essa criança na cama, acabou dormindo e rolando sobre ela”, enfatizou a delegada.
De acordo com a delegada da DDM, no decorrer das investigações, a mãe foi convocada a depor. Ela confessou que o bebê foi posto na cama em que dormia e, possivelmente, dormiu sobre o bebê. “Eu perguntei à mãe: por que não disse a verdade desde o início? Ela me explicou que estava com muito medo. Que hoje convive com uma sensação de culpa e que jamais desejou o mal à filha. Quando ela [a mãe] acordou, a criança estava sem sinais. Ela deve ter rolado por cima da criança e provocado a morte”.
Denúncia
Denise explicou que não ofereceu denúncia contra a mãe e que solicitou à Justiça o perdão judicial para a mulher, pois ela entende que não houve crime. Mesmo assim, o juiz pode querer processar a mãe por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. “Eu entendo que é uma fatalidade, apesar de ser um homicídio culposo adianto que existe o perdão judicial, por isso encaminhei o caso sem indiciamento para que o juiz decida se ela será ou não indiciada ou se será aplicado o perdão direto”, explicou.
No dia da polêmica, em 24 de março, a UPA Aracy completava 9 dias de reabertura. A Unidade estava sem médicos. A criança, de 3 meses, chegou à unidade com sangramentos no nariz e na boca.
