Operação da Polícia Civil prende 34 por roubo de cargas
A Polícia Civil paulista deteve nesta terça-feira, 4, 34 criminosos durante uma operação deflagrada em São Paulo e no Paraná. Após quatro meses investigações, a Justiça expediu 50 mandados de prisão e 88 de busca e apreensão, que foram cumpridos hoje.
Batizada de “Não pare na pista”, a operação começou por volta das 4h30, sob coordenação de equipes da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de São Bernardo do Campo, que mobilizou 300 policiais e 100 viaturas.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos investigados simulavam acidentes e distrações para que caminhoneiros parassem no meio das rodovias. Quando se assustavam e paravam os veículos, eram rendidos e mantidos reféns enquanto a carga era roubada.
O objetivo de operações como esta é manter a tendência de queda nos roubos de carga no Estado de São Paulo, que caíram 9,3% em agosto e 9,9% em setembro.
“O objetivo da operação também foi conscientizar o condutor a não parar na via, em especial durante a noite, quando acontece a maior parte dos crimes”, afirmou o delegado titular da DISE, Carlos Alberto da Cunha.
Segundo as investigações, os criminosos atuavam de duas maneiras. Na primeira, armados, entravam no veículo e obrigavam o motorista a dirigir. Em outras situações, quebravam o vidro do passageiro de veículos estacionados e entravam pela janela para que o alarme não disparasse.
Desde o início das investigações, diversos caminhões foram recuperados e seis desmanches foram fechados na Região Metropolitana de São Paulo. Durante a operação, um caminhão, uma empilhadeira, três carros, 40 motos e duas armas de fogo foram apreendidos.
A operação teve o apoio do Setor de Investigações Gerais (SIG), do Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra) da cidade e do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro).
Lei do roubo de carga
Em janeiro deste ano, o governador Geraldo Alckmin sancionou uma lei que prevê penalidades a empresas que comercializem produtos roubados ou furtados. A medida tem como objetivo quebrar a cadeia criminosa que envolve o roubo e furto de cargas.
A iniciativa prevê que uma empresa seja punida caso adquirir, transportar, estocar ou revender quaisquer bens de consumo, gêneros alimentícios ou outros produtos frutos de crime. O estabelecimento onde forem encontradas irregularidades será multado com dobro do valor dos produtos frutos de roubo ou furto.
Além disso, o local terá a cassação da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que impede os proprietários de exercerem o mesmo ramo de atividade pelo prazo de cinco anos. Também são impedidos de pedir a inscrição de nova empresa pelo mesmo período.