Barba acusa Alckmin de “discriminação”
O prefeito Oswaldo Barba (PT) acusou ontem o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de “discriminar” São Carlos no repasse de recursos para investimentos em obras ou programas sociais que estão fora das verbas de repasse obrigatório, como cota do ICMS e para manutenção da USP (Universidade de São Paulo) ou escolas estaduais.
Matéria publicada no último domingo pela Folha de S. Paulo mostra que o governo do tucano Alckmin privilegiou as cidades paulistas administradas pelo PSDB e seus aliados na partilha dos recursos do Estado para investimentos. São Carlos teria recebido, de acordo com a pesquisa, apenas R$ 160 mil durante o atual governo, que começou em 2011.
Levantamento do repasse de verbas para as 52 cidades paulistas com mais de 100 mil eleitores aponta que, das dez que mais receberam recursos, cinco são chefiadas por tucanos. Os outros cinco municípios que mais receberam recursos são comandados por aliados: PSB, PMDB e PSD. O dado não contabiliza transferências obrigatórias. O levantamento foi realizado em repasses de janeiro de 2011 até a última terça-feira.
Na semana anterior, a Folha mostrou que o governo federal, do PT, beneficiou prefeituras petistas no repasse de verbas para cidades com mais de 200 mil eleitores no país.
Barba afirma que embora haja quem questione suas críticas à falta de investimentos do Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, a matéria da Folha mostrou a realidade. “Os repasses que são investimentos extraorçamentários, não são enviados a São Carlos. Todas as obras que reivindicamos, como para obras de combate às enchentes e recapeamento, assim como o próprio AME (Ambulatório Médico de Especialidades).
“O relatório feito pela Folha no domingo mostra que as prefeituras do PT são, de certa forma, discriminadas pelo governo estadual, assim como as cidades que não são governadas pelos partidos da base de apoio do Estado. No governo federal isso tem muito menos peso. Ainda bem que podemos contar com o governo federal que nos apoia em projetos importantes, como a construção de 12 escolas, hospital-escola e unidades do programa de saúde da família, além da Cidade da Energia e a duplicação da Praça Itália”, ressaltou ele.
OUTRO LADO – O governo de São Paulo afirmou, em nota, que os convênios obedecem a critérios técnicos. “Levam em conta viabilidade orçamentária, necessidade da população e relevância para a região”. Também criticou o grupo escolhido para a pesquisa, que “faz um recorte incapaz de traduzir de maneira isenta os investimentos do Estado nos municípios”.
