CPI fará reunião para traçar rumos da investigação
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o suposto descarte de uniformes escolares ouviu mais um servidor municipal na manhã de ontem, na Biblioteca da Câmara. Na próxima terça-feira, o presidente da CPI, vereador Maurício Ortega (PSDB) e demais integrantes vão se reunir no Legislativo para traçar os próximos passos das investigações.
Assim como no depoimento de Reginaldo Simonetti, o servidor Eduardo Mariano Lopes disse que os uniformes não estavam no almoxarifado em março de 2013. Os dois depoimentos contradizem Raony Buzzini, que destacou, em declaração dada no dia 22 de agosto, que os uniformes estavam no almoxarifado da educação até fevereiro do ano passado, já na administração Paulo Altomani (PSDB).
“São três depoimentos que trouxeram novidades, foram esclarecedores, mas acabaram confundindo um pouco. Os membros da CPI vão se reunir para encontrar o fio da meada e assim continuarmos as investigações”, comentou Ortega.
O supervisor de unidade do subalmoxarifado, Eduardo Mariano Lopes, colaborou com a investigação da Câmara na manhã de ontem. Lopes disse que no dia 9 de março do ano passado, os uniformes não estavam no subalmoxarifado. A data específica citada pelo servidor refere-se ao período em que assumiu o cargo.
Ele observou que no almoxarifado existiam 200 unidades de agasalhos grandes e duas mil camisetas de diversos tamanhos. Lopes assinalou que realizou três visitas às antigas instalações do Sesi, na Vila Marina, e observou a presença dos uniformes em nove sacos de lixo grandes. Também destacou que três servidores, contando com ele, têm acesso à senha do sistema de controle de entrada e saída dos uniformes, mas Lopes afirmou que não a utiliza.
ZERADO
Lopes disse que em março, o estoque de uniformes do almoxarifado estava zerado. Questionado pelo vereador Edson Fermiano (PR) sobre a distribuição de uniformes a funcionários, o servidor garantiu que houve autorização da secretaria de Educação.
Sobre a segurança do Sesi, Lopes disse que o prédio estava desprovido de alarme e quando soube da presença de andarilhos no recinto, avisou ao secretário de Serviços Públicos, José Carlos Corrêa.
Ditinho Matheus (PMDB) perguntou a Lopes os motivos da divulgação pública do armazenamento dos uniformes em abril de 2014, uma vez que várias pessoas do governo sabiam da presença desses materiais há um ano, fato que o funcionário público não soube responder. Lopes desconhecia a presença de uniformes no Fundo Social de Solidariedade, segundo depoimento prestado à CPI. “Assim como o Reginaldo Simonetti, o servidor foi categórico em dizer que, em março do ano passado, os uniformes não estavam no almoxarifado. Com esses depoimentos, vamos sentar e discutir como dar prosseguimento às investigações”, concluiu Maurício Ortega.
