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Mesmo com baixa adesão, Câmara discute segurança pública

13/03/2014 23h23 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Mesmo com baixa adesão, Câmara discute segurança pública

Com a participação ínfima da comunidade e de vereadores, a Câmara de São Carlos realizou, na tarde desta quinta-feira, 13, uma audiência pública para discutir os assuntos relacionados à segurança pública em São Carlos. O encontro contou com a participação de integrantes da Justiça, polícias Militar e Civil e integrantes da Prefeitura de São Carlos. A falta de participantes da comunidade até gerou desabafos do público que compareceu ao encontro.

 

“É triste verificar que um encontro que debateria a segurança pública de São Carlos perdeu o seu foco. A população está pouco presente e os vereadores também. A segurança pública é um assunto sério e parece que poucos levam isso em consideração. Quem sabe nós lembramos disso nas próximas eleições”, criticou Liliane Teixeira Soares.

A audiência pública terminou com as presenças dos vereadores Aparecido Donizetti Penha (PPS), Ronaldo Lopes (PT), Cidinha do Oncológico (SDD), Rodson Magno do Carmo (PSDB) e Laíde Simões (PMDB). Outros vereadores acompanharam trechos do encontro. “Não se assuste não, Liliane. Essa audiência, ainda, contou com a participação de ‘muitos’ vereadores”, ironizou Ronaldo Lopes.

A única sugestão apresentada ao encontro foi proposta pelo capitão Jeferson Lopes Jorge, da Polícia Militar (PM). Ele propôs à Prefeitura de São Carlos criar um programa de orientação educacional aos pais e adolescentes envolvidos em atos infracionais. “Uma vez por semana, obrigatoriamente, os pais teriam de participar de palestras, conforme prevê o artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente”.

 

ROUBOS

O major Alexandre Wellington de Souza, comandante interino do 38º Batalhão da Polícia Militar, admite que o número de roubos apresentou crescimento. Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que houve crescimento nos números de roubos e furtos – 11% entre 2011 e 2013. As ocorrências do gênero saltaram de 4.210 em 2011 para 3.792 em 2013. “Esse crescimento não é um fenômeno localizado”, explicou.

O major atribui ao tráfico e consumo de entorpecentes o aumento desses crimes e de acordo com o comandante da PM, esse tipo de delito envolve, em sua grande maioria, adolescentes, que repetem o ato por diversas vezes. “A Guarda Municipal, por exemplo, deteve um adolescente autor de furto duas vezes em três dias”, afirmou o comandante da corporação, Jorge Negretto.

Segundo a promotora criminal Neiva Paula Paccola Pereira, 95% dos crimes têm envolvimento dos suspeitos com as drogas. A desestrutura familiar também provoca a inserção dos adolescentes em atos criminosos. “O jovem não pode ser cooptado pelo crime organizado. O judiciário tem uma carga pesada de trabalho com júris, processos criminais e pouco tempo dedicado à criança. Necessitamos de políticas públicas que trabalhem com o jovem e com a família”, destacou o promotor Mário José Corrêa de Paula.

O promotor Marcelo Mizuno defendeu programas que resgatem o jovem da periferia e ofereçam projetos sociais e esportivos, com o propósito de frear a inserção dos adolescentes no cometimento dos crimes.

As secretarias de Infância e Juventude e de Saúde da Prefeitura não participaram da audiência. “Creio que a Saúde deveria participar desse encontro, já que temos o Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), que cuida de pessoas que consomem álcool e drogas”, comentou a vereadora Cidinha do Oncológico.

 

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