Movimento ‘Saco Cheio’ busca responsabilizar políticos por vandalismo
Um manifesto colou cartazes e santinhos que foram jogados em vias públicas às vésperas das eleições na fachada do Cartório Eleitoral de São Carlos. O movimento aconteceu perto das 20 horas da última segunda-feira e foi promovido pelo grupo virtual que surgiu uma semana antes das eleições, intitulado “Saco Cheio”, através de uma página no site de relacionamento Facebook. Eles buscam responsabilizar os políticos por ato de vandalismo.
O próximo passo, segundo Bruno de Almeida, que encabeçou a manifestação, é fazer chegar ao juiz eleitoral, Paulo César Scanavez, um abaixo-assinado virtual para pedir punição à desordem pública promovida por parte dos políticos e partidos que concorreram nas eleições do último domingo.
Bruno pergunta: “Como é possível medir o prejuízo causado? Quanto custa uma enchente, provocada por um bueiro entupido?”
O autor do movimento relembra a fala do promotor público eleitoral, Mário José Corrêa de Paula, que já havia se manifestado no dia das eleições que entraria com uma ação civil responsabilizando os candidatos e partidos que jogaram os “santinhos” na rua. “Essa briga é dura, precisaremos de ajuda!”, afirmou Almeida.
O grupo contabilizou e fez um ranking dos políticos que usaram do artifício para promover a candidatura. Júlio César (DEM), segundo o movimento, foi eleito o que mais jogou panfletos nas ruas, seguido por Freire (PMDB), Maurício Ortega (PSDB), Dé Alvim (PT), Ronaldo Lopes (PT), Edson Fermiano (PR), Cidinha do Oncológico (PHS) e Sérgio Rocha (PTB). Todos eleitos ou reeleitos domingo.
JUIZ ELEITORAL – Na tarde desta terça-feira, 9, Scanavez atendeu a equipe do Primeira Página e afirmou que é solidário ao movimento e que pretende se reunir com esse grupo. “O ato de colar os santinhos e cartazes na fachada do cartório foi a maneira encontrada pelo grupo de ganhar notoriedade e expressar o sentimento”, afirmou.
Scanavez foi mais contundente ao falar que esses políticos foram “sorrateiros” ao despejar os papéis na noite anterior à eleição usando uma brecha da legislação eleitoral que permite distribuir santinhos até às 20 horas do sábado que antecede o pleito.
Uma pequena parte dos políticos rompeu parcialmente um acordo feito em 3 de julho no qual se estabeleceram regras de que não se iriam usar cavaletes nas calçadas, bonecos infláveis ou muros pintados. Outro item estabelecido na ocasião era sobre não jogar panfletos nas ruas e nas portas dos locais de votação. “Esses políticos quebraram um acordo previamente firmado, desrespeitando o direito do cidadão de andar pelas calçadas sem o estorvo que isso acaba gerando”, disse.
Ele disse ainda que percorreu, na manhã de domingo, antes de iniciar as eleições, os pontos de votação e encontrou as ruas lotadas de panfletos. “A Polícia Militar me informou que os partidos e os políticos jogaram ainda na noite de sábado esses panfletos. Porque se tivesse sido feito no domingo ocorreria em crime como prevê a legislação eleitoral”, afirmou.
Scanavez, entretanto, viu nesse pleito uma diminuição em relação às eleições de 2008, quando a quantidade foi “muito maior”, na avaliação dele. “Fizemos um processo pedagógico de mostrar ao candidato os limites de um processo eleitoral, mesmo com alguns itens não constando na legislação, existe um código social que deve ser respeitado. No todo avançamos muito, mesmo encontrando nesse processo alguns que burlaram o acordo. Para eles resta a punição”, disse.
O juiz Scanavez já chamou ao Fórum o candidato Freire, do PMDB, para que ele se explicasse e na tarde de ontem convocou o vereador Júlio César (DEM) e o coordenador da campanha do PT, João Pedrazzani, para que explicasse o ato por ele (juiz) classificado como vandalismo. “Esses três personagens foram os campeões no derrame de panfletos em vias públicas”, ressaltou.
E a boca de urna feita no Aracy pelo candidato Parana junto com sua gangue?
O juiz não viu?