Petrobras confirma instalação de fábrica de amônia em Uberaba
A Petrobras confirmou, por meio de nota, na tarde desta quarta-feira, 7, que a fábrica de amônia deve ser instalada em Uberaba (MG). O Estado de São Paulo, com os municípios de Ribeirão Preto e São Carlos, brigava pela construção da planta, sob o argumento de estarem próximos ao gasoduto, o que reduziria custos de instalação.
O documento confirma que as propostas das empresas interessadas no fornecimento de bens e serviços relativos à implantação da fábrica para a produção de amônia foram abertas no dia 1º de agosto e que estão em fase se análise.
“A conclusão do processo licitatório transcorre como previsto e a divulgação da proposta vencedora seguirá os trâmites processuais dentro dos prazos legais”, diz a nota da Petrobras.
O prefeito de Uberaba, Paulo Piau Nogueira, conversou com o Primeira Página. Ele estima que até o final de setembro deve sair o resultado da licitação, “se não houver contestações das empresas que participarem do certame e não vencerem”, frisa.
Ele vê com naturalidade a escolha de Uberaba para receber a fábrica de amônia, que é um dos principais componentes dos fertilizantes. “Somos o maior polo de fertilizantes da América Latina. Pleiteamos essa unidade há 20 anos. A vinda da fábrica de amônia para Uberaba é uma decisão estratégica de governo e, inclusive, já investimos R$ 50 milhões em obras de infraestrutura, como a terraplenagem”, assegurou.
INTENÇÕES – Segundo o prefeito, em março de 2011, houve a assinatura do protocolo de intenções entre governo federal e o governador Antonio Anastasia (Minas) para a instalação da planta de amônia na cidade mineira.
“A instalação da fábrica em Uberaba é um caso que não tem reversão”, diz Nogueira. O prefeito argumenta que o produto, altamente tóxico, é trazido do porto de Santos para municípios como Tapira e Araxá, Serra do Salitre, entre outros municípios da região, conhecidos como polos de minerais fosfatados.
Sobre um dos empecilhos levantados para a não instalação da fábrica de amônia em Uberaba, o gás natural, Nogueira disse que o município cumpriu todas as metas para a instalação de ramais de distribuição do produto. “Não é a presença do gás que será o fator determinante para a instalação da fábrica, mas a Prefeitura tem cumprido todas as obrigações e licenciamentos exigidos pela Petrobras. Só falta a autorização para fazer o gasoduto”.
A perspectiva é que o gasoduto atenda a um mercado estimado em 4,6 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo 2,7 milhões para a nova fábrica de amônia a ser construída pela Petrobras.
A nota da Petrobras sobre a fábrica de amônia
A Petrobras torna público que, em 01/08/13, no Rio de Janeiro, foram abertas as propostas das empresas que atenderam aos requisitos exigidos no convite do processo licitatório para fornecimento de bens e serviços relativos à implantação da fábrica
para produção de amônia em Uberaba (MG).
Com isso, iniciou-se a fase de análise, esclarecimento e negociação das propostas dentro dos critérios de julgamento estabelecidos no convite com vistas a selecionar a proposta que melhor atenda aos interesses da Petrobras.
A conclusão do processo licitatório transcorre como previsto e a divulgação da proposta vencedora seguirá os trâmites processuais dentro dos prazos legais.
Estado e Prefeitura confirmaram briga por fábrica
O governo do Estado, por meio do secretário de Energia, José Aníbal e o próprio prefeito Paulo Altomani confirmaram que São Carlos estava na disputa pela fábrica de amônia.
A Prefeitura, inclusive, estudava locais para a instalação, entre Santa Eudóxia e Água Vermelha, e na estrada São Carlos/Ribeirão Bonito, próximo ao gasoduto.
“O gasoduto passa na porta de São Carlos. É uma economia que os governos federal e estadual terão de R$ 400 milhões na construção de um gasoduto. Sabemos que é uma queda de braço entre os governos de São Paulo e Minas e São Carlos está no páreo”, disse em entrevista divulgada pelo Primeira Página em 30 de julho.
“São Carlos apresenta condições econômicas viáveis para a instalação da fábrica da amônia porque está ao lado do gasoduto, que é a principal fonte de energia”, disse José Aníbal, em entrevista publicada no jornal em 1º de agosto.
A reportagem tentou conversar com Altomani na tarde de ontem, mas a informação da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Comunicação dava conta que o prefeito estava em Brasília.
