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“Volta de esquerda à Câmara é algo positivo”, afirma Ney Vilela

Parlamentares do PT e PSOL devem dar ao Legislativo uma dimensão ainda mais humana, comenta historiador

25/01/2021 10h10 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
“Volta de esquerda à Câmara é algo positivo”, afirma Ney Vilela Foto: Divulgação

A eleição de dois vereadores de esquerda – Djalma Nery (PSOL) e Raquel Auxiliadora (PT) – após um hiato de quatro anos, é algo a ser comemorado. Pelo menos esta é a opinião do historiador e escritor, Ney Vilela. Especialista na história e na política são-carlenses, Vilela afirma que a força da esquerda em São Carlos está ligada às universidades públicas e também ao polo fabril, que gerou sindicatos organizados e fortes.

“A história de São Carlos é uma história de grande protagonismo dos grupos mais à esquerda, um pouco por causa da estrutura universitária bastante poderosa na cidade e também porque São Carlos teve um segmento industrial poderoso, o que leva a um operariado bastante organizado. Esta estrutura industrial está mudada, mas ainda é forte. Diante disso, é natural e bem vinda, a ampliação da militância de esquerda na Câmara de Vereadores e dos interesses de grupos chamados de progressistas. Isso deve ajudar São Carlos a ganhar uma dimensão ainda mais humana”, ressalta ele.

MUDANÇAS NOS MUNICÍPIOS – Quanto aos municípios em geral, Ney Vilela ressalta que prefeitos e vereadores terão, em geral,  um ano de transformação. “Em várias cidades ocorreram mudanças muito importantes na gestão. Em São Carlos isso não ocorreu talvez por mérito do prefeito e da bancada de vereadores. O ano será muito  difícil com falta de recursos e redução do nível do ritmo econômico, além da dificuldade de planejamento. A partir de que mês estarmos em melhor situação diante da pandemia? Não dá para saber. Os prefeitos não têm a possiblidade de saber como a economia brasileira será dirigida nos próximos meses. Não há indicativo de um direcionamento do processo econômico pela administração pública federal. É um problema que afeta os prefeitos. No caso dos vereadores, as demandas pessoais ( o chamado varejão) serão muito grandes, o que complica o planejamento dos parlamentares diante da necessidade de levar suas cidades par o futuro”, pondera o historiador.

2021 COMPLICADO – Vilela acredita num ano difícil por dois motivos: a queda na arrecadação e a total ausência de planejamento do Governo Bolsonaro.  “A redução da atividade econômica resultou na queda de arrecadação. Em 2021 deveremos ter uma estrutura administrativa enfraquecida, seja na União, nos Estados ou nos municípios.  Seria muito importante que os governos estivessem em melhor situação.   Como não houve em nível federal qualquer planejamento para enfrentar o ano de 2021, teremos muitos problemas. Loura questão problemática e o problema do desemprego. Criar empregos não é algo simples, principalmente no Brasil onde a estrutura produtiva estará se transformando”, analisa.

Segundo Vilela, a vacina responderá positivamente no quarto o quinto mês de vacinação. “Não que seja muito reduzido o contágio, mas sim porque os grupos de maior risco estarão vacinados, evitando o colapso da rede de saúde. Os profissionais do SUS são grandes heróis brasileiros”, comenta.

2022 – No que tange a 2022, para Vilela, ele ainda está “muito longe”. “Em 2021 teremos a criação das barricadas de posições políticas. O presidente Jair Bolsonaro goza de grande popularidade, mas começa o ano numa situação em complicada. Na questão da pandemia, João Dória acabou vencendo. É uma pena esta situação. Temos é que livrar o povo desta pandemia. De qualquer forma, o governo paulista adotou planejamento e apostou na vacina, colhendo agora sucesso. Temos que pensar que Brasil está exausto desta confrontação. Olhando nos espelhos, nos Estados Unidos, vamos perceber que este clima de conflito retira muita energia de uma sociedade, que deveria estar voltada para o progresso e bem estar. desejo que isso ocorra e torço para que apareça uma força de conciliação nacional. Torçamos para que em 2021 tenhamos o crescimento de algum movimento político que esteja fora desta polarização. Neste sentido, embora não tenha por hábito, descartar nada, sentiria que o fortalecimento do PT não seria algo auspicioso do país. Temos que sair fora do confronto”, conclui ele.

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