Mesmo sem subvenções, Paulistinha promete manutenção de projetos sociais
O Diário Oficial do Município publicou, na última terça-feira (10), um termo de rescisão unilateral ao convênio de repasse financeiro ao Clube Atlético Paulistinha. A Prefeitura alega que houve problemas na apresentação de contas do clube, fato que é rechaçado pelo presidente do clube, Gilmar Rodrigues. Nesse ano, o time esteve envolvido na polêmica do repasse de recursos pela Prefeitura, fato inclusive questionado pela Justiça.
Rodrigues defende que o Paulistinha foi administrado com transparência e mesmo sem os recursos municipais, promete continuar com os projetos sociais. Entretanto, a categoria profissional precisou ser sacrificada e o clube pediu três anos de afastamento à Federação Paulista de Futebol (FPF). “A Federação nos questionou: como um clube que chegou à semifinal do Campeonato Paulista da Série B, a Segundona, vai pedir afastamento? Mas não tem jeito: precisamos direcionar os recursos dos nossos parceiros à formação de atletas”, explicou.
Sem os recursos municipais, o clube já dispensou cinco funcionários que trabalhavam com as crianças; outros seis foram mantidos. O custo do clube para a manutenção deles é de R$ 27 mil. “Houve uma confusão enorme entre as atividades do clube profissional e o projeto de formação de atletas. Não usamos nenhum centavo de subvenção para o time que disputou a Segundona e mais: o clube gastou apenas R$ 84 mil no campeonato”.
FORMAÇÃO
O Clube Atlético Paulistinha tem 470 crianças cadastradas nos projetos sociais e outras 120 no Núcleo de Formação de Santa Eudóxia, que não deve fechar, segundo Gilmar.
Ele explica que os R$ 500 mil da subvenção seriam utilizados na montagem dos núcleos no Cidade Aracy, Santa Felícia, Vila São José. “Cada criança atendida teria um custo de R$ 40 por mês para o município. Estamos tirando crianças das ruas e oferecendo uma atividade esportiva”, disse.
“As pessoas precisam entender que o Paulistinha é eterno. O projeto social, independente da Prefeitura, vai continuar. As atividades do clube serão retomadas em 7 de janeiro”, adiantou.
O secretário de Governo, Júlio Soldado, ressaltou que a parceria entre a Prefeitura e o Paulistinha não teve seqüência por problemas na prestação de contas do clube com o município. “Nada impede que a Prefeitura retome o convênio, desde que a situação esteja regularizada”, explicou.
PAULISTINHA E AS POLÊMICAS COM A JUSTIÇA
Em julho, o Promotor de Justiça do Patrimônio Público em São Carlos, Luiz Carlos Santos Oliveira, ajuizou, ação que pedia à justiça que limitasse o valor de repasse da subvenção da prefeitura municipal ao Clube Atlético Paulistinha.
Ele afirma que o fato que chamou sua atenção foi o valor do repasse: “Pelo convênio, o município deveria repassar R$ 550 mil. É um valor muito alto se comparado com o valor do repasse ano passado”, disse à época
Segundo o promotor, em 2012, a Prefeitura repassou ao clube R$ 267 mil. O promotor comentou que não foram apresentados motivos novos: os projetos eram mais ou menos iguais, o número de crianças e jovens atendidos era mais ou menos a previsão do ano passado (cerca de 500 pessoas). Ele entendeu que não havia motivo para mais que dobrar o valor do repasse.
No dia 30 de julho, o juiz concedeu a liminar restringindo a R$ 298 mil o valor da subvenção.