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Afastamento de ministro do Trabalho enfraquece ainda mais Temer

06/07/2018 10h33 - Atualizado há 6 anos Publicado por: Redação
Afastamento de ministro do Trabalho enfraquece ainda mais Temer

O afastamento do ministro do Trabalho, Helton Yomura, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ontem por suspeita de envolvimento em um esquema de concessões irregulares de registros sindicais, amplia imbróglio que atinge o ministério desde o final do ano passado e debilita ainda mais o presidente Michel Temer.

Sem comentários oficiais de imediato do governo, fontes do Planalto ouvidas pela Reuters indicaram que a postura inicial do governo era tentar desviar o problema diretamente para o PTB, partido que controla o ministério desde que Temer assumiu a Presidência da República.

Mas o anúncio do PTB de colocar o “Ministério do Trabalho à disposição do governo Temer” devolveu a bola ao colo do Planalto. Está previsto que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, dê uma entrevista à imprensa após cerimônia no Palácio do Planalto.

Segundo uma das fontes, Marun esteve em reunião com Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O impasse no ministério teve início no fim do ano passado, quando Ronaldo Nogueira anunciou que deixaria o cargo para tentar a reeleição à Câmara dos Deputados em outubro deste ano. O PTB indicou o deputado Pedro Fernandes (MA) para substituí-lo. Mas a proximidade do parlamentar com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) —opositor ferrenho do governo Temer— levou a um veto a seu nome.

No início de janeiro, o presidente do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson, indicou sua filha, a deputada Cristiane Brasil, para o cargo. Condenada em processo trabalhista, Cristiane viu sua indicação questionada, levando a uma batalha jurídica que só acabou no final de fevereiro, com a desistência da deputada de ocupar o cargo.

Yomura assumiu o ministério de forma provisória inicialmente, sendo efetivado apenas em abril.

No mês seguinte, a Polícia Federal lançou a primeira fase da operação Registro Espúrio, quando fez buscas nos gabinetes de deputados, nas sedes do PTB e Solidariedade e em centrais sindicais.

Na segunda etapa, lançada em junho, o principal alvo foi a deputada Cristiane Brasil. Nesta quinta-feira, com a terceira fase, o ministro Helton Yomura foi afastado.

Além de abrir mão do controle do ministério, Jefferson defendeu as investigações e negou participação em qualquer irregularidade.

“Como já foi dito, se houve irregularidade na pasta caberá aos responsáveis responder à Justiça por seus atos”, diz Jefferson em nota.

“Não concordamos, todavia, com inferências divulgadas antes que as investigações estejam concluídas. Pessoalmente, insisto: não participei de qualquer esquema espúrio no Ministério do Trabalho. E acrescento que minha colaboração restringiu-se a apoio político ao governo para que o PTB comandasse a pasta.”

A poucos meses da eleição e do final do governo, com esse movimento, o PTB deixa de ter motivos para dar apoio a Temer no Congresso.

Na semana que vem, o PTB deve anunciar seu apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.

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