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Câncer de mama não é o fim, ao contrário, pode ser o início de uma nova vida

08/03/2017 09h36 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Câncer de mama não é o fim, ao contrário, pode ser o início de uma nova vida

Toda quinta-feira é sagrada para o grupo GAICAM (Grupo de Apoio Interdisciplinar de Câncer de Mama), criado em maio de 2001 por uma iniciativa do ambulatório oncológico denominado ‘Fabiana Chiva de Castro’. Nesse dia, o grupo que é formado por mulheres que estão em fase de recuperação ou já recuperadas do câncer de mama, e profissionais da área da saúde, se reúne no ambulatório oncológico localizado na Rua Paulino Botelho, 865, Vila Pureza, com um objetivo muito especial: dar apoio incondicional umas às outras nesse momento delicado. 

Para além do apoio incondicional, extremamente importante nessa fase, de acordo com relatos das integrantes, o grupo realiza atividades diversificadas, por exemplo, arteterapia, pintura, palestras, dança circular, café da tarde e ações beneficentes, visando sempre o bem estar do grupo e ajudar ao próximo que se encontra em um momento difícil.

De acordo com a psicóloga do grupo, Alessandra Ladvig Groppa, além do suporte que essas mulheres encontram, é importante destacar a função social do GAICAM. Segundo Alessandra, todas que integram o grupo fazem questão de participar do movimento Outubro Rosa. Neste movimento, mulheres recebem orientações sobre mamografia, cuidados e diagnóstico precoce e podem participar de caminhadas, atividades físicas e um baile muito divertido de encerramento do movimento, sempre buscando mostrar que existe vida após câncer de mama, e que essa vida se torna mais fácil quando se tem o apoio de pessoas que vivenciam ou vivenciaram essa mesma situação, afirma a psicóloga. 

Alessandra ressalta também a importância do diagnóstico precoce, pois desta maneira, as chances de cura da doença são maiores, podendo chegar a 100%. 

Já a profissional de fisioterapia, Joelma Carvalho Batista, destaca a importância das atividades físicas que o grupo realiza, onde, entre outras atividades, se busca melhorar o ganho de amplitude dos movimentos das pacientes, que ficam comprometidos devido ao tratamento realizado, fazem automassagem de drenagem linfática. Em datas especiais, por exemplo, o carnaval, elas realizam atividades físicas voltadas para uma comemoração típica. 

Alessandra destaca que o grupo busca uma reabilitação física, psíquica e social, pensando sempre na paciente como um todo e, como pode ser visto por meio dos depoimentos, esse objetivo é alcançado com sucesso.

DEPOIMENTOS – Em uma conversa muito agradável e divertida, várias integrantes do GAICAM deram seus depoimentos revelando como enfrentaram ou estão enfrentando a doença, os preconceitos que sofreram, o uso da fosfoetanolamina e, como a convivência com o grupo é de extrema importância para a recuperação.  

Maria das Dores de Lima, 60 anos, tem uma história que mostra a luta que travou contra a doença. Há 16 anos no grupo, Maria teve câncer de mama e de ovário. Passou por quimioterapias, fez a reconstrução da mama e hoje se considera 90% curada. Para ela, o grupo é de extrema importância, pois “aqui falamos a mesma língua”, afirma. Ela diz ainda que é fiel ao grupo e faz questão de estar presente todas as quintas. Maria brinca e diz que no grupo está em família, pois, há um ano, sua irmã Ivelize Pereira de Lima, 47 anos, descobriu que também estava com câncer de mama. Ivelize fez radioterapia e quimioterapia em 2016, realizou a cirurgia para retirada e reconstrução da mama e está em processo de recuperação. 

Ivelize fez questão de deixar registrada sua opinião sobre a “pílula do câncer”, a fosfoetanolamina. Para ela, a fosfoetanolamina é uma possibilidade de dar uma qualidade de vida melhor para o portador do câncer e deveria ser liberado. 

Sueli Marcucci, uma das mais animadas do grupo, teve câncer de mama em 2009, fez quimioterapia e radioterapia e não houve a necessidade da retirada do seio, realizando apenas a cirurgia quadrante (retirada apenas da parte comprometida). Ela diz que venceu a doença sempre “com muita força, fé e coragem e faz questão de ressaltar essa fé: Deus em 1º lugar”.

O grupo para ela é uma família e de extrema importância nessa fase da vida.

Outra história de superação é a da Gislândia Pereira Garcia de Castro, 47 anos. Em 2012 foi diagnosticada com câncer de mama. Fez radioterapias, quimioterapias e mastectomia radical (retirada por completo da mama). Em setembro de 2013, depois de fortes dores de cabeça, foi diagnosticado com metástase no cerebelo. As chances de sobrevivência eram mínimas, porém, após uma cirurgia para retirada desse câncer, Gislândia leva uma vida completamente normal, dirige, anda, fala, contrariando tudo que foi dito. Para ela o grupo é uma irmandade e o mais importante é ter atividades que auxiliam na recuperação. Ela ainda destaca que o grupo se mobiliza para ajudar pessoas que estão passando por alguma dificuldade financeira, pois, “o grupo sempre busca olhar para o outro também”, finaliza.

Algumas integrantes afirmaram ainda que já sofreram preconceito por serem portadoras da doença e relataram como isso afetou ainda mais esse momento delicado. Porém, com a ajuda do grupo elas venceram e estão vencendo a cada dia.

Nessa conversa agradável, pode-se perceber a grande importância do grupo para a sociedade, o conforto que leva para suas pacientes e familiares, o apoio incondicional que dá forças para que essas mulheres guerreiras vençam dia após dia essa doença e tenham uma nova vida.  

O telefone para contato do grupo é 3368-4833.

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