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Carina chega a sua etapa mais complexa, diz pesquisador

27/11/2012 17h09 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Carina chega a sua etapa mais complexa, diz pesquisador

Desenvolvido pelo Laboratório de Robótica Móvel da USP de São Carlos, em parceria com diversos outros órgãos, o projeto Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma (Carina), após dois anos de trabalho, chega a sua etapa mais complicada. É o que afirma Denis Fernando Wolf, um dos pesquisadores envolvidos no projeto:

 

“A primeira etapa foi a transformação mecânica. As modificações levaram ao menos 6 meses. Aí a meta era manter a segurança do carro, pois iríamos alterar partes importantes dele. Depois dessa etapa, tivemos que fazer o controle computacional, ou seja, fazer com que o computador fosse capaz de virar o volante, acionar o freio, acelerar. A terceira etapa foi a de juntar as duas anteriores e fazer o veículo andar na rua, numa situação controlada, sem a presença de pedestres, e isso foi concluído também. E agora eu acho que são as etapas mais complicadas, que é a de dar inteligência, dar condições para que o veículo tome decisão em uma velocidade compatível com o trânsito urbano, na presença de outros veículos, na presença de pessoas atravessando a rua. Ainda tem muito trabalho. Eu posso dizer que foi concluída uma etapa inicial. Acho que a maior parte do trabalho ainda está por vir”, diz Wolf.

Fernando Osório, outro dos pesquisadores envolvidos, detalha o que significa dar inteligência ao carro: “A ideia do computador é que o carro tenha a percepção como a de um ser humano (que enxerga, ouve), e através da percepção que ele possa tomar decisões para saber como agir em termos de controle do giro da direção, frenagem e aceleração. Então essa relação da percepção-decisão-ação é extremamente importante, principalmente para os algoritmos de inteligência artificial, que a gente usa na tomada de decisão. E é como o ser humano, que precisa aprender a forma de reagir diante de determinadas situações”.

Segundo os pesquisadores, uma das principais motivações para o desenvolvimento desse projeto é a diminuição de acidentes no trânsito: “Além disso, é possível dar mobilidade a pessoas com deficiências, ou a idosos que tenham dificuldades de dirigir. Também o transporte de carga pode ter seu custo reduzido com essa tecnologia, uma vez que você pode ter caminhões autônomos em comboios.”, explica Wolf, que completa: “Temos trabalhado com uma empresa de máquinas agrícolas para levar um pouco dessa tecnologia para o mercado da agroindústria. Então a ideia é que existam máquinas agrícolas inteligentes também”.

 

A importância da pesquisa

“Muita gente se pergunta se vale a pena investir tanto tempo e recursos na criação de um veículo autônomo, e se isso seria uma prioridade para um país como o Brasil, que tem tantos problemas”, diz Osório, para quem o Brasil está passando por uma transição: “Sempre fomos um país muito agrícola, mas cadê o Brasil como produtor de tecnologia e de conhecimento? Precisamos ter a plataforma de dados para poder fazer os experimentos, e se aprende muito com essas práticas. E se não temos acesso ao equipamento, não temos como praticar, como desenvolver essas tecnologias. E se não desenvolvemos tecnologias, vamos estar sempre dependendo dos outros”.

O pesquisador também aponta a importância pedagógica de uma pesquisa como essa: Para os alunos isso é importante, pois se transforma em uma plataforma de aprendizado indispensável e isso vai sendo replicando”.

A replicação dá-se por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), que apóia a pesquisa e que agrega cerca de 100 pesquisadores em todo Brasil, e com quem as informações do projeto Carina são divididas.

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