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Carros abandonados: uma realidade nas ruas de São Carlos

08/03/2014 16h47 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Carros abandonados: uma realidade nas ruas de São Carlos

São Carlos passou a ter a lei que regulamenta a remoção, depósito e a venda de veículos automotores sem condições de circulação ou abandonados nas vias públicas. O projeto foi aprovado na sessão da Câmara de 25 de fevereiro e a reportagem do Primeira Página circulou pelas ruas para verificar a situação dos veículos em situação de abandono.

 

Em questão de 55 minutos, sete veículos foram localizados em situação precária. Na rua Inajá, Vila Morumbi, a cabine de um caminhão Mercedes Benz estava à beira da calçada.

“É muito feio isso dá a impressão que o bairro está abandonado e o dono pouco se preocupa se o carro abandonado está atrapalhando os vizinhos”, reclama Ildete Pereira, que mora na região da CDHU.

Duas quadras acima, na Avenida Morumbi, a reportagem encontra outro veículo em situação de abandono. Um veículo Verona, com a lataria bastante danificada, está parado faz tempo na via, segundo moradores que não quiseram se identificar para não arranjar problema com os vizinhos. Um dos vidros do carro está danificado e a tampa de abertura do motor do veículo está presa a um cadeado.

“Tira uma vaga de estacionamento do comércio e fica aí, sem serventia para o dono e atrapalhando o trânsito”, diz um comerciante da Avenida.

Na rua 13 de Maio, no Jardim Brasil, mais um carro abandonado. Um Corcel verde, sem motor e outros acessórios está parado na rua. Maria Aparecida Pereira Oliveira não sabe precisar quantos anos o veículo está estacionado no mesmo local. “Já passou de ano que o carro está encostado aqui, nem sei quanto tempo”, explica.

“À noite dá medo de passar. A rua é escura. Quem garante que um bandido não usa o carro para se esconder e cometer algum crime contra alguém que passa por aqui?”, argumenta a dona de casa.

No Portal do Sol, na rua José Fortuna, um Chevette também está abandonado há um bom tempo na rua. A mesma situação ocorre na Giuseppe dos Santos, Vila Nery. Uma perua Kombi, que pegou fogo faz anos permanece estacionada. A ação do tempo mistura-se às marcas do incêndio: a Kombi está toda enferrujada. “Tem lei para recolher carro abandonado agora? Que bom, avisa a Prefeitura sobre essa Kombi”, desabafa Oswaldo Bispo dos Santos.

Na Vila Irene, um Chevrolet Comodoro, ‘enfeita’ a rua. “Tira foto mesmo, quem sabe tiram essa porcaria daí”, comenta Antônio, que almoça no Restaurante Popular e se indigna com a depreciação do carro, e consequentemente da rua.

 

Lei objetiva remoção de carros abandonados

Pela proposta do vereador Aparecido Donizetti Penha (PPS), o objetivo do projeto é possibilitar a remoção daqueles veículos que estejam e visível estado de abandono, por mais cinco dias, sendo a remoção precedida de comunicação prévia ao proprietário.

“O foco de nossa proposta é a prevenção da proliferação de fontes de doenças, criação de animais peçonhentos, evitar a péssima trafegabilidade dos demais veículos que estão devidamente licenciados para tal, evitar a formação de verdadeiros esconderijos para meliantes com intenções da prática de furto ou roubo, esconderijo de entorpecentes nos casos de tráfico e principalmente pelos riscos de causar acidentes graves, mormente no período noturno, por não haver qualquer tipo de sinalização aparente nesses autos abandonados”, observa.

O chefe da Divisão de Operações e Fiscalização do Trânsito de São Carlos, Milton Nogueira Bastos, explica que São Carlos não tinha uma lei municipal que tratava do tema, o que dificultava as ações da Prefeitura, uma vez que o Código de Trânsito Brasileiro, não prevê penalização ao veículo que esteja devidamente estacionado.

“Temos muitas solicitações sobre veículos abandonados, uns que apresentaram problemas mecânicos e foram abandonados pelos proprietários. O detalhe é que o dono do veículo, na maioria das vezes, não costuma colocar o carro na frente da casa dele, o que gera desconforto entre os vizinhos”, comenta.

De acordo com Bastos, os veículos abandonados trazem inúmeros problemas. São usados como depósito de lixo, são criadouros do mosquito da dengue, além de servir de esconderijo de usuários de drogas e bandidos.

“Temos menos de 90 dias para sancionar a lei. Agora, a Secretaria de Transporte e Trânsito estuda a estruturação da pasta para a aplicação da lei. É um projeto que demanda tempo e dinheiro”, salienta.

 

Bastos levantou outro problema que pode ser trazido com a remoção dos veículos: a superlotação do Pátio Municipal, que está no limite da capacidade.

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