10 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > Célio Barbeiro: entre tesouradas e pescarias

Célio Barbeiro: entre tesouradas e pescarias

02/11/2013 16h44 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Célio Barbeiro: entre tesouradas e pescarias

Com sua barbearia instalada no número 2.780 da rua Jesuíno de Arruda há 54 anos, Célio Barbeiro criou e estudou suas filhas Eliana, que é professora de Educação Física, Vânia, que é formada em Pedagogia, e Silvana, que é advogada. Todas elas fruto da união com sua esposa, Eurides, com quem se casou em 1959.  

 

No seu estabelecimento comercial e ganha-pão, Célio Barbeiro garante que mantém dois espelhos que têm mais de 100 anos. “Tenho todos os documentos e os registros”, comemora.

João Célio Busto nasceu no dia 20 de outubro de 1934 na cidade de Bauru. Com 17 dias de vida ele chegava a São Carlos. Foi criado na região central da cidade, na região da Rua General Osório. Estudou na Escola Paulino Carlos, onde foi ensinado pela professora Natalina Marmoratto. “Fiz só o primário, o resto aprendi na escola da vida mesmo”, brinca Célio.

Célio Barbeiro era um passageiro contumaz do bonde, veículo de transporte coletivo que circulou em São Carlos durante meio século – entre 1912 e 1962- e do qual ele tem grande saudade.  “Eu também me lembro do tempo de infância, quando a gente ia ao Tiro ao Alvo que existia na Vila Nery, quando o Núncio Cardinali saía atirando nas pombas. Também lembro que no final da Rua 13 de Maio, onde hoje é o Jardim Cardinali, existia um lago onde a gente brincava bastante, era uma atração”.

O barbeiro disse que entrou para a profissão porque sempre gostou de comprar e vender. “No tempo em que você está cortando o cabelo ou fazendo a barba do cliente, você conversa com ele. Muitas vezes você tem algo para vender e oferece. E muitas vezes é o cliente que deseja comprar ou vender algo. E assim, entre vendas e compras e tesouradas, foram 54 dos meus quase 79 anos”, afirma, com orgulho, o profissional.

Célio concorda que a sua profissão está em extinção e fala com saudosismo do apogeu da categoria há algumas décadas. “Hoje tem o cabeleireiro, que tem também uma segunda profissão. Antes tínhamos várias empresas do ramo de cortar cabelos e aparar barbas. Havia o Salão Central, o Vila Rica, o Salão Motta, o Salão Buffa, o Salão Fuzzi, o Salão do Arlindo, entre tantos outros”.

Pescador, Célio costuma ir para o Mato Grosso com os amigos. Ele conta que numa das pescarias seu amigo fisgou um peixe, mas, quando recolheu a linha notou que uma cobra segurava a pesca pelos dentes. Com o objetivo de tentar pegar o peixe, seu amigo jogou um pouco de uma bebida alcoólica conhecida como Jurubeba na boca da cobra. “Depois disso, a cobra soltou o peixe. Mas qual não foi a surpresa do meu companheiro de pescaria quando viu a cobra perto da canoa com outro peixe na boca e olhando para o litro de Jurubeba”, disse ele rindo.

Quanto a São Carlos, Célio disse que é uma cidade maravilhosa e de um povo amigo e acolhedor. “É uma cidade ótima”, resumiu ele.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x