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Com adiamento das negociações, grevistas protestam

01/08/2012 12h54 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Com adiamento das negociações, grevistas protestam

Servidores públicos em greve da Universidade de Federal de São Carlos (UFSCar) protestaram na manhã desta terça-feira, 31, contra a falta de diálogo e negociações do governo federal perante a paralisação. A manifestação foi uma forma que grevistas acharam para pressionar os Ministérios do Planejamento e Educação a se reunirem com os representantes dos servidores públicos para um debate de propostas.

 

A data do protesto marcou o final do prazo que o governo estipulou para as primeiras negociações. Porém na tarde de segunda-feira, 30, o Ministério do Planejamento enviou um ofício no qual informava o adiamento da reunião propondo uma nova data para o dia 17 de agosto.

Durante o protesto foram fechadas todas as entradas da universidade. Na área sul, onde ocorreu a manifestação, alunos e funcionários só prosseguiam a pé. Estudantes que chegavam de ônibus tiveram que descer na rotatória em frente a UFSCar e tiveram que caminhar até seus departamentos.

Os técnico-administrativos garantem que não irão ceder e permanecerão em greve enquanto não haver negociações, acarretando assim, o atraso no início das aulas do segundo semestre.

Alguns alunos não quiseram comentar a protesto e até se recusaram a pegar os panfletos entregues pelos manifestantes. Duas alunas da graduação de Biotecnologia comentaram os prejuízos da greve e temem a prorrogação do período das aulas até dezembro deste ano ou até mesmo em janeiro de 2013.

Com a paralisação, os estudantes não conseguem a rematrícula do próximo semestre, como também a emissão de outros documentos. Os pagamentos de empresas terceirizadas que prestam serviços à instituição estão suspensos.

Durante a manifestação, uma Kombi com funcionários de uma empresa terceirizada que trabalhava na UFSCar foi impedida de deixar a instituição por conta de um fato ocorrido horas antes da manifestação. Segundo, Antônio Donizetti da Silva, do Comando de Greve, os funcionários da empresa haviam arrombado um cadeado do portão da área norte para entrar no campus e agredido um vigia. Para a averiguação do caso, foram proibidos de deixar o local até que tudo fosse esclarecido.

A Polícia Militar e a Rodoviária estiveram presentes acompanhando à distância a manifestação, apenas para manter a segurança do trânsito, a integridade das pessoas no local e a preservação do patrimônio público.

O servidor Alcir Antônio Kuranaga, que trabalha na Pró-Reitoria de Administração, diz que é preciso causar algum impacto, para que a greve seja notada e as reivindicações sejam atendidas o mais rápido possível. “A universidade vai ficar parada enquanto isso não acontecer”, comenta Kuranaga.

O bibliotecário Ronildo Santos Prado afirma que a greve está forte e o movimento muito intenso. E que não há o medo de repressão por parte do governo. “A repressão do governo sempre existiu, mas esse risco faz parte da luta dos grevistas, então quem participa das reivindicações sabe que existe o risco. E isso exige a coragem de todos para que se mantenham firmes na luta”, diz Prado.

 

 

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