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Denise Szakal conta como concilia as funções do dia a dia com a vida de delegada

08/03/2013 17h38 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Denise Szakal conta como concilia as funções do dia a dia com a vida de delegada

A mulher brasileira tem papel de destaque na sociedade, assumindo cargos que antes eram quase que exclusivos de homens, assim é como acontece com Denise Gobbi Szakal: mulher, mãe, esposa, dona de casa e delegada.

 

Ela conta que escolheu essa profissão por se interessar muito por justiça. “Eu prestei três vezes o concurso para delegada. Na época, não eram muitas as mulheres que passavam, não sei se havia discriminação, mas hoje está mais aberto para elas”, observa.

“A partir do momento em que entrei, acabei viciando e não querendo sair mais dessa profissão. Apesar de ganharmos pouco, acabamos fazendo um bom serviço porque gostamos daquilo que fazemos, vibramos a cada condenação, a cada prisão, a cada serviço que gera um retorno para a sociedade”, conta a delegada.

A paixão pela profissão faz com que a delegada tenha que se desdobrar para atender aos anseios dos filhos, dar atenção ao marido e supervisionar o funcionamento de casa.

“Meu marido também é delegado, ele atua fora da cidade. Somos casados há 20 anos, já estou acostumada com a distância e com a correria desse cotidiano”, revela a delegada. “No entanto, eu tenho dois filhos, um de dez e uma de quinze anos e eles ainda reclamam um pouco dessa rotina, porque não tem carnaval que possamos viajar, em janeiro, no período de férias escolares, por exemplo, nem sempre podemos programar algum passeio. Feriados prolongados é a época em que mais trabalhamos e não podemos sair mesmo, por ser um período em que temos que ficar de sobreaviso”, completa.

 

Violência contra mulher

Medo ou vergonha de denunciar ainda é grande

 

Mesmo com toda a valorização da mulher na sociedade, muitas daquelas que sofrem ou sofreram algum tipo de agressão não efetuam a denúncia. Segundo a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher, Denise Gobbi Zacal, a denúncia é o melhor caminho para acabar com a violência contra a mulher. “Eu acho que a violência contra a mulher está mais ou menos estável, mas não podemos deixar de ressaltar que muitas não denunciam. Eu acredito que seja por medo ou por vergonha, mesmo elas tendo bastante acesso às informações”. 

Para ela, essa situação ocorre principalmente com mulheres de classe social mais elevada. “São as classes média e baixa que mais procuram a delegacia. A mulher de classe mais alta tem vergonha de expor seu caso de violência. No entanto, isso não quer dizer que não ocorra violência na classe mais alta, o fato ocorre, talvez na mesma proporção da classe mais baixa. Algumas delas até denunciam, mas a proporção é ínfima em relação às de classe mais baixa”.

Em relação às ocorrências que mais são registradas na DDM, a delegada aponta que são os casos de violência doméstica. “Denúncias de ameaça, injúria e difamação são as que mais acontecem na delegacia. Em segundo lugar está a lesão corporal”.

Com a finalidade de melhorar o atendimento das mulheres na DDM, Denise pretende colocar em prática alguns projetos. “Estou como titular da DDM e pretendo colocar em voga alguns projetos que tenho aqui na delegacia. Um deles é colocar no atendimento das mulheres o serviço de assistente social e de psicóloga, para que a mulher saia daqui já com acompanhamento, pois às vezes fazemos o encaminhamento e elas acabam não indo. Isso irá facilitar nosso serviço e dar melhor atendimento para a mulher que é vítima. Estou tentando junto aos órgãos públicos e os projetos já estão caminhando”, adianta a delegada. “Muitas mulheres procuram a gente, mesmo sem existir algum caso de crime ou de polícia, sendo que na realidade elas precisam de um apoio psicológico ou em termos de sustentabilidade, o que nós não podemos oferecer, pois não temos conhecimentos técnicos nessas áreas”, complementa.

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